quarta-feira, 19 de março de 2008

Parabéns, Isabel Fidalgo!

Minha cara Isabel Fidalgo!

Às vezes esquecemos pormenores importantes. Nem sempre se trata de um esquecimento palerma. Às vezes andamos muito cansados por vivermos intensos momentos de turbulência tamanha. Mas, mesmo assim, é esquecimento. E, mesmo assim, é imperdoável. Foi o que me aconteceu na segunda feira passada, dia 17.
Eu estive contigo e não te dei os parabéns pelo teu aniversário, que ocorreu nesse dia. E dizer que estivemos a falar, ainda e sempre, sobre razão que nos assiste; sobre a indignação que justamente nos aflige; sobre a lucidez cortante de sabermos que só temos grãos de areia feitos pó para atirar contra os tanques modernos desta estupidez cínica e tecnocrata que quer desmantelar o Ensino Público, esvaziando-o de conteúdo digno; sobre a consciência dorida que temos de que para o conseguirem - esses aprendizes arrogantes de autoritarismos tacanhos -, têm de esmagar primeiro a massa crítica dos professores que o são e sabem que o são - cansando-os, mas principalmente os mais velhos, com papéis inúteis, ferindo-lhes a sensibilidade, atentando contra a sua inteligência e sabedoria, ferindo o seu orgulho em ser professores, humilhando-os, tentando isolá-los, tentando que eles desistam e se vão embora, empurrando-os mesmo porta fora; roubando-os.
Falamos sobre tudo, embora em pouco tempo. Que, para quem se meteu nisto, com a nobreza dos valores à frente, não precisa de dizer as palavras todas para dizer tudo o que quer e sabe dizer. Falamos sobre isto tudo, mas eu não falei no teu aniversário. Não te dei os parabéns. E, nos tempos que correm, ter-te dado os parabéns teria sido muito mais importante que tudo o resto que te disse. É que as causas são importantes; mas mais importantes são as pessoas que ousam erguer as suas bandeiras. E tu és uma dessas pessoas.
Nunca te dei os parabéns. Mas este ano tinha obrigação de tos dar. Dou-tos agora. Vou-te oferecer um livro. Terá dedicatória: se eu tivesse a felicidade fechada na palma da minha mão, abria-a de mansinho e metia-a toda inteira dentro do teu coração. -------------
Nota:
Gostaria de poder oferecer também esta dedicatória a todos os colegas da nossa escola, a todos os colegas das escolas de Braga e a todos os colegas dos mais variados pontos do país que me têm directamente abordado, dando-me conta da sua participação nesta luta nossa pela Educação, apoiando-a, e apoiando-me sempre, o que me tem dado forças e alegrias.

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto é um nunca acabar de surpresas!
O aniversário foi no dia dezoito, mas eu sei que me desejas o melhor do mundo e entendes os motivos da minha tristeza.Mas ontem foi um dia fantástico de carinho.
Vai aos "Açores" que também vais ter surpresa e grande!
Volto cá com mais tempo, que agora tenho sair.
OBRIGADA, António Mota!

TempoBreve disse...

Cara Isabel:

Eu pensei que teria sido a 17. Estás a ver que amigo da onça eu sou? Olha lá, a dar-te um dia extra! Isto não se faz. Mas eu sou assim. Terás que ter paciência.
Um abraço.