quarta-feira, 26 de março de 2008

Aos colegas onde impera um terrorismo ameaçador! Estamos convosco! Não nos vamos calar!

1.
Já há muito se diz - e o Eça disse-o muito bem n' Os Maias, como os nossos ex-alunos bem sabem - que se importa tudo de fora. Só que este "importar tudo de fora" se refere pejorativamente ao que se importa mal: ou porque é mau, e, então não vale a pena; ou porque, não sendo mau no local donde vem, "não tem as nossas medidas", pelo que sempre nos fica o fato "curto nas mangas". Mas, continuando com o Eça, e recorrendo ao "impagável" Dâmaso Salcede, se vem de fora então é "très chic", é mesmo "chic a valer".
Podia fazer um "bonito", aprimorando as citações, mas isso não me importa agora, e citei tudo de cor. E vou passar adiante, que nestes últimos dias já falei no Eça umas três vezes. E eu até sou dos poucos que admiro muito o seu estilo , mas acho que com um estilo assim, podia ter ido mais longe. Adiante, pois.
2.
Se a reforma é copiada, isso pouco me interessaria, se ela tivesse tivesse lógica, e trouxesse algum proveito a este nosso "reino" encravado em tempos de desvario legislativo, que está a criar feridas, que podem tornar- se gangrenas.
Temos gente que sabe responder muito bem àqueles que nos atacam. E isto está a ser feito. E bem. Orgulho-me de ter descoberto tanta variedade e tanta qualidade na intervenção dos professores. Há que continuar neste capítulo, batendo-nos de igual para igual. E disso não temos medo.
Já não digo que as coisas estão a correr tão bem no que se refere às intervenções nas escolas. Não podemos descansar, pensando que está tudo resolvido. Não está. Há muitas tomadas de posição - um pouco tardias, mas está bem! -, de conselhos executivos e de conselhos pedagógicos (as minúsculas não são inocentes). São bem vindas, mesmo que só agora. Mas não nos podemos iludir:
- Porque não basta pedir só o adiamento da aplicação deste modelo de avaliação; espera-se, no mínimo, a sua suspensão, sem que essa suspensão implique que o aceitemos de braços abertos logo daqui a uns meses, na forma que ele tem;
- Porque, se o clima se tem desanuviado - numas escolas mais, e noutras menos -, escolas há em que impera um terrorismo amedrontador; há ameaças constantes e aos berros de "processos disciplinares", só por ter-se opinião, só por ser-se testemunha dum qualquer acto que não convém ao "império" do medo; eu sei que é o desespero, mas a verdade é que os colegas dessas escolas estão a ser submetidos a um "assédio moral" desmedido e despropositado.
- Porque o autoritarismo não reside apenas no tal que só usa os dois primeiros nomes, em jeito de nome artístico, assinando-se José Sócrates; nem tão pouco na ministra, um corpo estranho e cancerígeno enquanto se mantiver formalmente no posto; o autoritarismo está mais próximo, e por isso mais ameaçador e terrorista, nos "mandaretes" medíocres, que não sabem ser professores, que se acham grandes avaliadores poderosos e sábios; que têm compromissos a cumprir, seja de que maneira for, para manterem lugares "nomeados".
3.
Não podemos desviar a atenção destes senhores "ditadores" desesperados e pequeninos. Não podemos deixá-los impunes nas "coutadas" que acham suas. Há escolas onde os professores não falam. Há escolas onde se "proíbem" professores de assinar quaisquer papéis, nem que seja em legítima defesa sua, ou defesa de colegas.
Lembram-se daquele jovem professor "revoltado" que falou nos "Prós e Contras"? Como acabou aquele caso? Melhor, como é que decorreu o caso? Por que é que o vexaram? Por que é que o calaram? Por que é que os colegas dele não apareceram a esclarecer os factos? Quais foram as testemunhas ouvidas? Os colegas abandonaram-no?
Eu estou certo que não, que Ribeirão foi das primeiras escolas a levantar-se contra a opressão e contra a humilhação. E que primeiro e mais se alevanta, é sempre o primeiro e mais sofre a investida adversária, as mais das vezes, hipócrita e traiçoeira.
Eu gostava de saber o que se passou em Ribeirão.
Eu acho que dava uma linda história.
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Nota: Não conheço o professor revoltado; não conheço a escola dele; sei que se chama Escola de Ribeirão (e nem disso tenho a certeza); sei que fica ali para os lados de Famalicão; mas gostava de saber como tudo se passou. Eu não acredito que ele tenha inventado. Caiu foi numa armadilha.

4 comentários:

Carpe Diem disse...

Na minha opinião esta "guerra" ainda nos vai dar alguns problemas, sempre apoiei e apoio com muito orgulho os professores que se opõem a este "regime" que nos afronta no entanto sinto-me enfraquecida, pois o meu intimo diz-me que na grande maioria das "guerras" travadas na historia do mundo venceram os "poderosos". Sei que o poder é relativo, pois só nós temos o poder da razão ainda assim não consigo evitar que este "fardo" se abata sobre mim.
Peço imença desculpa por não ter vindo aqui mais cedo expressar a minha opinião e admito que me tenho "desleixado" um pouco no que diz respeito a estes assuntos, mas a verdade é que aproveito as férias para expressar directamente as minhas opiniões junto dos conhecidos.
Por ultimo gostaria só de lhe deixar um convite de visitar o meu blog, não tenho recebido muitos comentarios, mas penso que (apesar de ja lá estar á algum tempo e ninguem lhe ter dado grande importancia) o senhor gostaria de dar uma "espreitadela" á minha ultima publicação. Foi uma tentativa de mostrar a minha indignação perante esta situação em que os "poderosos" nos colocaram, apesar de não ter ficado exactamente com o aspecto que eu pretendia.
Cotinuarei a lutar com todas as minhas forças mesmo que ás vezes eu me encontre enfraquecida
Um abraço

TempoBreve disse...

Mande-me o endereço do seu blogue. Não consigo aceder a ele a partir deste seu comentário.
Obrigado.
Um abraço.

Carpe Diem disse...

O endereço do meu blog é :
carpediemtutanodavida.blogspot.com
Espero que goste
Um abraço

TempoBreve disse...

Carpe Diem:

Mas os poderosos só vencem quando têm soldados ignorantes ou "mercenários" bem pagos. E a história também nos diz que a mentira só dura enquanto a verdade não chega. E diz-nos ainda que a força da razão, que a força da inteligência, acabará por vencer. Pode demorar é muito tempo. E fazer sofrer muita gente.
Mas não será o caso destes "ditadorzecos" que se agacham ante as "ordens" da ministra. Eles não valem, nem prestam. E sabem disso muito bem. Por isso se agarram tanto ao pequeno poder que ainda têm.
Obrigado pelo apoio.
Vou espreitar o teu blogue. Não te importes que ele não tenha muitos comentários. O meu também não tem muitos. Mas sei que muita gente o lê. E isso é que mais importa.
Um abraço.