quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Grandes dilemas da vida

Estou como um velho professor que eu tive, e do qual e com o qual nós tínhamos muitas histórias. Mas delas não vou contar. Só que era muito competente, mas era muito sovina.
Ora acontece que, anos passados, ele passou a dar aulas cá numa certa cidade, e dava sempre boleia, paga a preço de bilhete igual ao da camioneta, um amigo dos meus que tinha sido como eu um dos seus melhores alunos. Ora a meio da viagem, aparecia outro parceiro a que também dava boleia, cobrando-lhe o preço do bilhete oficial. Só que havia um problema: esse outro viajante chegava sempre atrasado ao ponto de encontro marcado. E todos os santos dias, ao aproximar-se do tal sítio, esse meu professor dizia a esse meu amigo que já ia no carro com ele:
- O gajo não vai estar la! E isso é um dilema: se não paro e o deixo, ele não me paga o bilhete; se paro e espero por ele, gasto gasolina no arranque.
Eu estou quase como ele: se respondo aos comentários, não escrevo nada aqui; e se escrevo algo aqui, não respondo aos comentários.
O dilema dele era o dinheiro; o meu dilema é o tempo.
Ora digam-me lá agora, se a vida não é dura.
Até breve.
E um abraço.
:-)

6 comentários:

Anónimo disse...

Sinceramente, acho que deve responder aos comentários e voçê sabe disso muito bem.Em primeiro lugar, porque na opinião de muitos dos seus admiradores, eles chegam a ser melhores do que os textos;em segundo lugar porque nos habituou a isso.No que fez bem.E depois há aquela coisa:deixa cá ver o que ele me deixou.
Compreendo que lhe falte tempo, mas você é senhor muito dele e de muito boa escrita. E depois também alimenta as línguas de quem cá vem só para depois falar.E disso eu gosto. Prefiro dar sempre o rosto para não perder o que de bom me foi ensinado. E depois também gosto muito de rir..E de chorar de verdade pelas pessoas que muito me amam e amaram e também verto baba e ranho, quando me atiram pedras depois de eu dar beijos.E sempre me dei bem com a minha maneira de ser que não é a de freirinha que só fala para o confessor e só dá o beijo de domingo no"abraçai-vos, irmãos, na paz do Senhor"ou então usa capelo na cabeça como um monge para encobrir o polvo.
Vê^,vê o que o seu texto provocou?
Vamos lá ganhar juízo que ,SENHOR, é tempo dele.Durma bem e sonhe comigo para amanh~haver assunto que não seja só o da avaliação.
Então, EU, com 34 anos de servoça vou ser avaliada? Que bom! Até que enfim que vou conquistar nome.
Agora sou eu"chegue-se aqui.Sabe que eu acho que há gente que anda contente e com a tal do aquilo aos saltos?" .Não diga nada a ninguém, promete?
Não sonhe cor- de- rosa para não virar pesadelo.

TempoBreve disse...

Isabel:

Este mundo é cruel. Esforça-se um cristão para escrever um texto, que seja assim a modos de mais ou menos,e o que é que acontece? Atiram-lhe com os comentários à cara, dizendo que eles é que são. Vou deixar de comentar. Ou, então, eu vou fazê-los minimais.
E daí, até talvez não, que os seus argumentos vários pesam na minha bondade, principalmente aquele de alimentar as línguas. Se isso é mesmo verdade, eu só posso estar contente: eu gosto que todos venham; eu gosto que todos falem; assim posso mais escrever; assim posso mais comentar.
O meu sonhar é rebelde. Nunca me avisa com quê. Nunca me avisa com quem. Mas dizem que do desejar, às vezes vem o sonhar. Já me tem acontecido, embora eu não possa nunca prever o que irá acontecer, ou se irá acontecer. Mas, se acontecer a provocação que refere, prometo contar tudo aqui, a todos os que cá vierem. E eu gosto que todos venham.
Alheio-me muito de tudo, muito embora esse meu alheamento seja mais só aparência. Espanto-me com o que diz! Ainda não dei por nada! Será mesmo verdade que o "aquilo" - que o santo e você sabem o que é, mas eu não -, anda por aí a saltitar?
Ai, como estou curioso! Vou começar a espreitar a ver se descubro o que é que aquilo é. E se não descobrir, ir-me-ei até ao santo e a esmola vai ser tal que ele não vai recusar revelar-me confissões; ou vou ameaçá-la a si, tanto que terá de dizer-me.
Agora, pensando mais calmo, que é a melhor forma de pensar, se esse tal aquilo salta, ele pode bem ser melro a adivinhar primavera. Mas não, que você diz que anda gente contente com o tal aquilo aos saltos, pelo que o aquilo tem que ser de gente. E melro não é de gente.
Ou será que é? Não! Não! Não! Recuso-me a continuar.
Mas eu até já escrevi sobre o melro e as suas coisas. E como eu muito bem disse, ele não é de amores. Ou será que disse? Deve ter sido em Julho. Tenho que ir lá ver. E corrigir.
Até.
:-)

Anónimo disse...

Eu não disse? Os seus comentários valem ouro...

TempoBreve disse...

Caro Ibel!

Oxalá você fosse aquele que mal abria a boca e dizia, logo o que dizia se fazia. E assim se fez tudo o que é bom e bonito. Tudo se fez, ora dizendo, ora falando. Tudo? Não. Eu disse tudo o que era bonito. Quanto ao homem, ele não lhe deu a distinção de o fazer falando. Olhou para o que tinha feito, e pegou na pá e no barro. Talvez seja por isso que nós, que não fomos feitos com voz, sejamos assim esquisitos.
Ah! Ora voltando ao princípio, oxalá você fosse ele; desse modo, como disse, meus comentários viravam ouro. E eu ficava um nababo. Talvez estúpido, mas nababo.
:-)

Anónimo disse...

Estúpido nunca serias,acredite no que já sabe....

TempoBreve disse...

Caro anónimo!

Então não querem lá ver que já andam por aqui anónimos a tratarem-me por "tu"?
Eu bem sei o que lhe vale: é que a seguir emendou a mão tratando-me por você. Mas o que lhe vale mesmo é que afirma, perentório, a impossibilidade absoluta de eu poder ser estúpido.
Claro que isso me envaidece. Mas eu tanto queria sê-lo. Já o disse tantas vezes. Acredite que queria.
Mas, mesmo querendo ser estúpido, eu só posso agradecer a sua afirmação solene - solene e muito simpática -, de eu não o poder ser.
:-)