sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Resistir

Volta, Tempo, volta! Não te percas mais. Acorda e vem. Vem de qualquer maneira, mas vem. Não te quedes mais por distâncias tais. Alevanta-te e vem. Escreve não importa o quê. Mas vem. Não vês que não posso acompanhar-te sempre nos rodopios de voo e mergulho em que me foges?
Lembras-te daquela ameaça de texto sobre "Arte"? Lembras-te daquela anunciada insurreição dos computadores? Lembras-te do macaco que deixaste pendurado não se sabe bem onde? Lembras-te daquela ideia da "rosa no fundo do mar"? Lembras-te daqueles granitos que, beijando-se, esperam duas palavrinhas tuas? Lembras-te daquela vez que?
Volta, Tempo, volta! Com textos anunciados ou não, líricos ou não, histórias ou não, fotografias ou não, bonitos ou não, irónicos ou não, sarcásticos ou não, alegóricos ou não, tristes ou não, com fel ou com mel. Mas volta! Breve!
Não. Não sejas tonto! Não são outros que pedem. Sou eu: com a minha voz, e com a voz dos outros.
Volta, Tempo, volta! Breve! Eu preciso de ti, agora e aqui, que a coragem agora é resistir.
Lembras-te? Claro que lembras!
Volta, Tempo, volta! Breve!

3 comentários:

Anónimo disse...

É isso mesmo! A corgem agora é resistir, mas já se pode ir para a reforma com a idade de anos de trabalho(s) com que Cristo morreu.
São tão generosos...

TempoBreve disse...

Cara Isabel!

Afinal você tem tantos nomes. Estive ontem a ler páginas dos "frutosdemimemar". São mesmo frutos: de si, sem dúvida; do mar, hei-de perguntar-lhe, que ele disse-me um dia que não daria nada a ninguém sem me perguntar primeiro. Será que você seduziu o mar?
Tem textos muito lindos, e tão bem escritos! Mas isto fica para os comentários que lá deixarei.
Que bondade a deles terem matado o Cristo tão cedo. Imagine só que o tinham feito só na sua velhiice!
Pensaram que, matando-o, matariam também as suas palavras. Não o conseguiram. Mas não desistiram, que ao longo dos tempos as têm desviado do que elas eram. Ainda hoje o fazem. Por isso insistem que se aprenda a ler apenas por oficalizadas cartilhas, esterilizadas de pensares e sentires.
São muito generosos. Mataram o Cristo, para lhe matar a voz. Ainda hoje a ocultam. Mas ela, qual Madalena, emerge sempre no alto dos montes.
Também a nós nos querem despir e atar ao tronco humilhante dos açoites, para que nos calemos, e hinos cantemos aos controleiros de sucessos parvos. Mas só se humilha quem quer; só lambe os lambe-botas quem quer; só se cala quem quer.
São tão parvos na sua estupidez mole de promover sucessos ridículos para que o menino do gueto continue no gueto feroz da ignorância castrante! É muito mais fácil que tirá-lo do gueto, não é?
Até.
:-)

Anónimo disse...

O Tempo…

Que esmorece, mas não esquece.
Que apazigua, mas não cura.
Que leva, que traz,
sem forma, sem rosto
o desgosto, a alegria, a folia, a força, a vontade.
Será verdade?
Levou-O o Tempo.
Mas o Tempo deu-me tempo para dizer,
o que não podia esperar.
Depois vem a Saudade,
melhor amiga do Tempo,
que nos mostra que a Gratidão pelos momentos que o Tempo nos deu,
só o Tempo nos pode mostrar.