domingo, 21 de outubro de 2007

Ancorado e feliz no cais humano, /

(...) /Por isso, é lentamente (...) /Que ruma em direcção ao cais divino. / Lá não terá socalcos / Nem vinhedos / (...) E cada hora a mais que gasta no caminho / É um sorvo a mais de cheiro / A terra e a rosmaninho!
Miguel Torga

18 comentários:

Anónimo disse...

As duas fotogrfias são de cortar a respiração. Não sei quanto tempo fiquei a "vê-las" e a "observá-las"e realmente ,se fosse S. Leonardo mandava a eternidade procurar outro santo e preferia ficar com a " menina dos olhos deslumbrada". Quando estivesse cansado, deitava-me com ela sobre o granito espalmado com o sangue da mão de um poeta andarilho.
Obrigada pelas imagens.

TempoBreve disse...

As imagens mereciam outra lente. E deviam ter sido tiradas durante a manhã, por cusa da luz. Mesmo assm,e sem qualquer retoque artificial, servem o propósito a que se destinam,como já disse ontem nas "Peles".
A primeira, a do "navio", foi tirada com a máquina pousada no topo plano do marco geodésico,logo ali em frente, no ponto mais alto, mas de fácil acesso. Quando lá for, pouse lá a máquina, e ficará com uma fotografia igual.
Sim. A natureza dá-nos ideias, e sugere-nos coisas, daquelas mais lindas.
Gostei dessa "do "poeta andarilho".
Obrigado pela simpatia, a que estou já a habituar-me. Maus hábitos! Maus hábitos!
:-)

Anónimo disse...

Não sei se Miguel Torga usou algum instrumento para melhor observar a paisagem... Certamente que lhe bastou a sensibilidade de verdadeiro artista. Então para quê outras lentes? A imaginação de cada um se encarregará de completar o que possa faltar à natural beleza deslumbrante das imagens. Parabéns!

TempoBreve disse...

Eu não ousaria sugerir nada a quem estivesse lá a ver aquela paidagem, principalmente a do navio sulcando em nós. Até porque o silêncio é uma personagem fantástica naquele cenário.
As lentes seriam apenas para dar mais amplitude às imagens para ver aqui, quando as não vemos lá.
Grato pela bondade dos seus parabéns.

Anónimo disse...

Shssst!
Mais baixo,não acordem o fruto do ventre das fragas!

TempoBreve disse...

Olá, Belinda!

Claro que não. Não se pode acordar. Fica-lhe bem esse seu cuidar maternal. Quem lhe despertou esse seu sentir tão terno pelos frutos do ventre das fragas?
:-)

Anónimo disse...

Os olhos,os olhos e os olhos...mais
o eu de mim.

TempoBreve disse...

Belinda:
Mentira! Foi o eu de si, que comanda os olhos.
:-)

Anónimo disse...

Mentira!
Os olhos é que comandam o eu de mim.
«Eu vivo pelos sentidos.Mentira é tudo o que vá para além do sentir e
do ver e a mentira não está naquilo que vemos,mas em nós,no acto de pensar.»
Conhece,concerteza,o arauto deste «evangelho»!
:)

TempoBreve disse...

Belinda, sua mentideira!

O eu de si é que lhe comanda os olhos, e todos os irmãos que são seus. Seus deles, dos olhos. E não se fala mais no assunto. Ou quer um discurso à Fidel Castro?
Seria um discurso longo, a que a vou poupar. A não ser que teime.
Verdade. Você tem razão, vivendo pelos sentidos. Mas os sentidos têm duas faces: a que nos entra pela porta adentro, trazendo-nos mundo, quase sem sabermos, quase ainda sem nós; e a que sai nós, de novo para o mundo, mas em que já estamos plasmados também.
Sim. Conheço um pouco esse pregador de evangelhos. Somos amigos. Encontramo-nos nos montes. Somos pastores: ele, de rebanhos; eu, de rebanhos e sonhos.
Mas não pense que ele não gosta de mim. Ele até concorda comigo! É, é um teimoso, de evangelhos às costas. E ri-se, quando eu resmungo.
Eu gosto dele. E, quando ele perde o cajado, eu faço de conta que não dou por isso. É o que deve fazer todo e qualquer discípulo que reconhece o mestre.
Mas, quando posso, pego nos evangelhos dele, e acrescento-lhes um sentido aqui, outro ali,para que não morram. É então que ele sorri para o lado,fingindo que não dá pela marotice.
É isso que fazem os mestres que gostam dos discípulos que têm.
Você tem um mestre?
Ele deve gostar de si.
:-)

Anónimo disse...

É tão bom não pensar...
Sim,tenho um mestre e esse mestre gosta muito de mim!Depois,tenho outros que também me sorriem quando lhes digo: «Bom dia!»

Anónimo disse...

Olá poeta andarilho
De olhos postos no Douro
"Que te diz o vento que passa?"

Diz-me que passa e passará
Como eu hei-de passar
Numa asa esquecida
Que de mim há-de voar.
E a ti o que te diz?

Fala-me do meu país
Em cruz de espinhos talhado
E de olhares sonhadores
Em gaiola aprisionados.

Sabes escutar o vento...

Ibel disse...

Seja benvinda,Belinda!Gostei de ouvir a sua conversa com o discípulo do mestre, que é outro mestre, ms maos sofisticado, presumo,assim com ar de Camilo,
de apar~encia rude,mas por fora, mas talvel com mel escondido e que os poucos se vai provando.A belimunda nunca mais apareceu e eu penso que voc~e é ela ou ela é você, o que , feitas as devidas dist^ncias vai dar ao mesmo Aqui há marosca e a gente desta janela escancarada a ver tudo
Vá lá, descubra o véu ou pelo menos diga á minha curiosidade se é irmã gêmea da dita do Nobel.
Foi muito feliz na escolha do nome,que resuta de um aglutinação, cujos componentes são um
: BELA+LINDA.
redundân cia do beloVocê é narcísica e o tempo?Hoje estava óptimo!

Ibel disse...

Garanto que o texto estava direitinho antes de o ter publicado, não sei o que aconteceu, mas desde já as minhas desculpas.
Para todos um beijo, um especial para a Graça Grega que deve preferir os mails.Fale-nos da sua graça.

TempoBreve disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
TempoBreve disse...

Belinda:

Claro que é bom pensar.
Parabéns por teres um mestre que gosta muito de ti. E tu, como boa discípula, terás de gostar também dele.
Quanto àqueles que sorriem, é como dizes - são outros.
:-)

TempoBreve disse...

ÁguaMar:
Fez-se múltipla e respondeu às perguntas que foi fazendo. Assim não me dá grande margem para eu responder também.
Isso é até um bem, pois a resposta que deu à suposta pergunta para mim, de tão alindada que é, nem ouso acrescentá-la.
À pergunta que a si mesma fez, deu resposta inteligente, magoada, resistente, e também muito sentida. Só pederia ser dada, por quem tem olhares sonhadores, tais os que você deve ter.
Você sabe muito bem, que até podem prender-nos, mas aos nossos sonhos não. Os desejos insensatos, que a ignorância tece, de aprisionarem o sonho, nunca se hão-de cumprir. Os sonhos só ficam presos, quando deles desistimos. Mas voltam a aparecer. Pode haver quem os ofenda, mas quem os prenda, não. Que nós não vamos deixar, pois não?
Sim, ÁguaMar, eu sei escutar o vento. Acredite que é verdade, que estou a escutá-la a si.
:-)

TempoBreve disse...

Ibel:

Isso do texto sair meio escavacado acontece algumas vezes. Não se arrelie por isso. Mas é uma questão de atenção.
Que é isso de andar para aí a dizer-me de trombudo? Ou de duro, qual Camilo? Claro que a aproximação me agrada, assim eu a merecesse.
Pior ainda é adivinhar mel, aqui onde predomina o fel.
Obrigado novamente.
:-)