segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Vejam lá se pode ser!

Tal como lhe competia, a fadaboa veio agora apagar o fogo, que ela própria ateou, ao contar aquela história da coelha afogueada - a tal. Tentou emendar a mão para salvar a pele, contando uma outra história, em forma de comentário, que deixou no texto em baixo - o tal da coisa no meio. Só que - e lamento dizer isto -, nessa segunda história, em vez de apagar o primeiro, arranjou segundo incêndio.
Como muito bem se lembram, ela, a fadaboa, viu a fotografia, e contou a primeira história. Contou-a muito bem, e disse que o coelho era coelha; que era duma determinada terra, dum determinado lugar; que se dava àqueles ímpetos, que eram de gratidão - os quais, por razões evidentes, eu não nomeio aqui; disse também coisas do galo, não muito abonatórias. Mas passemos adiante, que o que importa é a coelha.
Ora, como ela é fada, todo o mundo acreditou na sua história incendiária, deixando-me a mim, inocente, no meio daquele fogo, sem água para o apagar. Mas, até aqui, tudo bem.
Só que agora a fada dá o dito por não dito, e, na segunda história, diz que a coelha é coelho, e que o coelho é o Tempo. Vejam lá se pode ser!
A fada fez uma tontice graúda, desacreditando-se total e absolutamente. De tal modo que eu, embora seja mui crédulo, até já ponho em dúvida se ela é mesmo fada.
As fadas têm o condão de transformar o mau em bom. E ela fez tudo ao contrário: deu uma alegria à coelha, transformando-a em coelho; depois fez outra maldade, esta de bradar aos céus, fazendo do Tempo um coelho. Eu nem posso acreditar. Ninguém pode acreditar.
Até porque a fotografia mostra que o coelho é coelha, como na história primeira; e que ela é de ímpetos de gratidão e de agressão; e que tem figura hirta, esculpida por neuroses. Não. Aquilo é mesmo a coelha, sem ofensa para as outras.
E então aquela do Tempo se ter tornado coelho, essa não vou perdoar.
E é por isso que lhe digo que depois do que me fez vai passar a fada má, e ficar do lado de lá.
É que, nessa sua apetência de transformar o bem em mal, ainda me dá com a vara, e me torna em animal.
:-)

4 comentários:

Anónimo disse...

Eu permiti que você escrevesse um belo texto em sua defesa e, só por isso deveria ter mão de gratidão por quem o "empurra" e lhe espevita o seu humor inconfundível . Mas não! Você desacredita-me publicamente, no que tem toda a razão, pois eu disse que a segunda história não era uma alegoria ,mas era.
Quem seria o galarote?Pense, que a sua cabeça não "anda sentada". Agora imagine se você fosse um coelho.! Então é que as más línguas se acendiam! E essa maldade eu nunca a faria.
Agora cá para nós,não gostava de pesar a cristazita do galote?

TempoBreve disse...

FadaBoa:

Não sei porquê, mas vem-me um sorriso palerma à cara, sempre que escrevo - e, escrevendo, digo - , o seu nome.
Sabe que já lhe agradeci noutro lado. Quase que me obrigaram a tal, mas está bem. Por obrigação ou não, está agradecido.
Eu sei que, em princípio, aquele texto seu era alegoria. Mas eu disse "em princípio"; é que, em se tratando de fadas, não sei se a coisa pode manter o nome.
E não acha que já causou estragos bastantes com a coelha? Precisa de vir teimar agora com o galito?
Claro que aqule galo não é bem um galo; é o "Homo simplex", na sua primeira versão. Seria, até, uma questão de estética tirá-lo do poleiro e da poses ocas em que eriça as penas, e até alça o rabo. Mas isso é uma outra história.
Eu não lhe acho graça nenhuma; mas não lhe pisaria a crista postiça, nem o rabo manias, só por causa das escorrências e das pestilências que de lá poderiam sair.
Sabe uma coisa? Pior que o galito -que por estas bandas já não crescem galos -, são os seus ajudantes em hierarquias de poleiros fáceis - fáceis porque dados dentro da família.
São uma epidemia. Estão por todo o lado. E pensam que pensam. E, quando apertados, até dizem que sim, que o país sangra, mas não fazem nada, por causa da pia, de sopa e de mando, por que "lutaram" a abrir as portas a outros ajudantes, que eles pensam maiores; e a limpar o chão a outros ainda, também esforçados, que, em duas patas, para parecerem gente, vão ao quarto de banho, mas fazem no chão, enquanto imaginam para que servirá a sanita.
Esses é que me irritam. A esses é que ofendo sempre que posso. E quem os compreende, ou tenta sequer, a esses desprezo.
E deixo de lado aquilo que é povo. Que eu sou da raça dos que não vivem sem ele. Mesmo quando apetece chamar-lhes uns nomes e mandá-los ir a uma coisa que agora não digo. A ver se acordam. A ver se aprendem a distinguir os homens dos arremedos de homens. A ver se aprendem a ver que "os duas patas" são só animais com poses de enganos.
Viu o que me obrigou a dizer? Mas eu desdigo tudo. Basta-me dizer que o povo é sábio e nunca se engana nos galos que quer. E é assim,ora não é?

Nota: Não se ponha com essas coisas de me imaginar coelho; nem diga nada daquele senhor que apareceu nas "Peles"; e fique sabendo que já alguém disse que havia ali mão sua.
:-)

Anónimo disse...

Se alguém lhe disse que havia ali mão de mim é muito bom sinal, porque as fadas,qunado são de boas fadações(corrija-me se digo mal), não se escondem da varinha que é um utensílio de muito préstimo...
Mas só por perceber a minha outra alegoria e por me ter feito rir feito,, fada, eu retiro-lho o feitiço, mas com uma condição- a de me continuar a enfeitiçar com as suas palavras,as que os de cristita flácida gostariam de ter, se tivessem pescço para a Alevantar.
Era demasiado esforço, não acha?
Eram capazes de fazer no chão, e que Deus nos ajudasse!
Pelo sim ,pelo não vou abrir as janelas. :)

TempoBreve disse...

Olá, fada:

Acabei agora um trabalho. Estou cansado, mas ainda posso agradecer as suas últimas palavras.
E fade-me bem, fade. Que eu mereço. Acredite que mereço.
Mas se não o puder fazer, deixe lá, que os deuses já me fadaram que chegue, para o bem e para o mal.
:-)