sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O embuste só perdura enquanto a verdade não chega

O parecer de Garcia Pereira é um documento jurídico muito importante para os professores e para todos os portugueses que se preocupam com a Justiça e com a Educação. Aguardei com alguma expectativa este parecer, e, depois de o ler, senti-me melhor. Ele vem vem abrir, com toda a clareza, uma nova etapa de luta, de discussão e de divulgação das razões que sempre nos nortearam, contra a prepotência mórbida e sem freio da equipa ministerial, que tudo tem atropelado: a inteligência, a legalidade, a democracia.
Poderá parecer a alguns que o parecer não traz nada de novo, que não traz nada que não tivéssemos já visto e denunciado com emoção e com razão. Isso é verdade. Mas faltava-lhe o enquadramento de uma argumentação jurídico-legal, o que é muito importante, pois que dá mais consistência às razões que já tínhamos; torna mais patética a linguagem superficial, saloia e sincopadamente manhosa da equipa ministerial e dos seus tentáculos dentro das escolas; exige mais tento na língua e na argumentação facciosa aos comentadores de serviço na comunicação social; ou expõe-nos mais, tornando-os mais vulneráveis, se persistirem na argumentação encomendada; vai exigir também argumentos profissionalmente mais sustentáveis àqueles que são contra nós, só porque sim.
Este parecer jurídico deve ser impresso por todos. Todos devem andar com ele na mão. Todos devem fazer com que ele chegue a todos e a todos os lugares. Desse modo, ele, o parecer, pode tornar-se muito mais útil. Desde já.
Eu gostaria ainda que todos os blogues lhe dessem a maior importância; que neles se referisse e se comentasse tudo o que for dito ou lido sobre este parecer. É uma forma de lhe dar mais vida. E que não doam os dedos nem a voz a todos aqueles que tiverem a possibilidade de acederem aos órgãos de comunicação social, defendendo-o, divulgando-o e acrescentando argumentos complementares.
Não tenhamos ilusões: a comunicação social mais oficiosa vai tentar "ocultá-lo" ou diminuí-lo; e os comentadores de serviço vão dar uma ajuda. A razão é bem simples: ele fere gravemente a competência e a seriedade dos "titulares" da Educação; ele é favorável aos professores; e é do Garcia Pereira. Quanto ao Garcia Pereira, nada há a temer: ele é um bom jurista e, de igual para igual, mete-os no bolso pequenino de guardar o relógio. Mas quanto ao resto, temos de estar atentos.
Vocês já imaginaram um "Prós e Contras", com a presença de professores-professores e do Garcia Pereira dum lado, e da ministra ou dos seus defensores do outro lado? Seria pedir muito, não seria?
Sei lá! Quem sabe se o Mário Crespo não convida hoje, ou num destes dias próximos, o Garcia Pereira?
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Notas:
1. É pouco importante, mas eu cá por mim, que sou ovelha ranhosa, gosto muito das conclusões 5 e 8; mas também das outras, pois está claro.
2. Importante é eu deixar aqui um reconhecido obrigado aos professores que avançaram com esta iniciativa; e, destes, impõe-se-me o dever de destacar o Paulo Guinote, deixando-lhe aqui um abraço.

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá, António Mota,

Quero agradecer-te a força que nos tens dado, mesmo estando longe. Um dia deixaste-me um comentário que me empurrou para o combate, trazendo-me a voz do meu pai. Deixo-to aqui, porque, para ele, eu também era mais linda que a Dulcineia.

-Pula, Belinha, pula! Agora, Belinha, agora! Isso! É mesmo assim! E como tu pulas bem! Vês como é bom pular?
Não estou a supor imitar quem nunca poderia ser imitado. Mas certamente era assim, com estas voltas ou outras.
E ouso adivinhar que ele depois dizia, baixinho e só para si:
-Quanto mais alto pulares, mais te afastarás do chão, o que me vai alegrar; quanto mais te afastares do chão, mais vais gostar de pular cada vez mais alto ainda, o que me vai envaidecer.
Acho que depois de dizer isto, desta maneira ou de outra, uma sombra no pensar fazia-o parar um pouco:
- Ela, por este caminho, ainda aprende a voar, e um dia pode cair, e pode-se magoar.
Mas afastava logo a sombra:
- Se ela se magoar, é porque aprendeu a voar, e eu quero-a assim ave, e não galinha rasteira.
Logo a seguir soltava a voz, para que a ouvissem bem:
- Pula, Belinha, pula! Salta, Belinha, salta! Dança, Belinha, dança! Canta, Belinha, canta! Voa, Belinha, voa!
E quando mais tarde o rio corria já para o fim, quase juro que dizia, num murmúrio só para dentro:
- Voa, Belinha, voa! Voa por ti e por mim! Voa agora e até ao fim, que sempre que tu voares, voarei sempre contigo, escondido dentro de ti.

Desculpe a ousadia, mas depois de ler o seu texto, eu achei que, sem mentira, poderia imaginar isto.
:-)

5 de Dezembro de 2007 19:34

Anónimo disse...

Obrigado pela referência António.
Este é um esforço de todos.
Todos devemos ser destacados, em especial os mais de 1500 que já contribuíram para que isto tudo se vá realizando.

Anónimo disse...

Boa Pascoa, Antonio,e muita alegria,que bem mereces!