terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Verão de S. Martinho

1.
Estes meus regressos anunciados têm sido um pouco exagerados, não têm? E as minhas promessas críticas também, não acham? Poderei desculpar-me, ou não? A verdade é que estive sempre atento, mas sem intervir aqui. A verdade é que já tinha feito as críticas essenciais - a que pouco tenho a acrescentar-, na primavera passada. É só relerem alguns dos últimos textos acerca destes e daqueles.
2.
Gostei da manifestação de sábado passado, dia 8. Gostei mais da outra, que foi a primeira. Esta foi mais uma repetição. Necessária. Repôs a situação em que se ficou a 8 de Março. Quanto tempo desnecessariamente perdido! Mas, na dor, também se aprende e se ganha.
Foi bom ver os professores ultrapassarem - uns engolindo mais sapos, outros engolindo menos - os desencantos provocados pelos acontecimentos posteriores à primeira manifestação. Mas valeu a pena: regressou-se em força à força da esperança em acção; amadureceram-se mais ideias e convicções; avançou-se na necessária unidade; isolou-se mais a política educativa daquela figura, trágica e sinistra, que acha que ainda é ministra; os sindicatos viraram-se novamente para os professores, por devoção ou por obrigação; os partidos foram obrigados a tomar posições mais claras.
3.
Nada está ganho. Mas também nada está perdido. Houve suor e lágrimas. Houve quem tombasse. Houve quem se erguesse. Houve quem se imolasse em protesto solitário contra a resignação anunciada.
Nem suor e lágrimas, nem imolação hão-de ser em vão. Mais tarde ou mais cedo, vamos conseguir, que a força da razão acabará por vencer mandaretes flácidos que a estupidez sustenta.
4.
Hoje é dia de S. Martinho. Venha lá esse verão de S. Martinho aquecer um pouco este inverno do nosso descontentamento. E haja fogueira. E castanhas e vinho. Como deve ser.
Um abraço.

9 comentários:

Unknown disse...

É bom ver que ao fim de um grande tempo o "meu" eleito voltou!
É com tristeza que lhe digo que passei todos os dias por aqui e nada de novo encontrava mas é delicioso saber que o gosto da espera teve uma recompensa!
E mesmo um pouco longe dessa guerra é com grande felicidade que vejo que não perdeu a força de lutar pelo que não se pode perder neste País que já nada tem de Camões(só memórias não é?).

Se me permite mando-lhe um grande abraço cheio de saudades aqui da menina que nunca para de falar de si :-)

Obrigado por tudo que me ensinou!
Espero reve-lo em breve...

TempoBreve disse...

Letícia:

Agradeço a simpatia das tuas palavras e lamento o facto de teres passado por aqui amiudadas vezes sem teres encontrado nada de novo. Não foste só tu. Tenho muita gente a quem pedir desculpa.
As forças não me faltam para lutar pelo que acho mais justo. Continuarei numa perspectiva agora ainda mais independente.
Enquanto houver alunos e alunas como tu ainda há algo de Camões neste país. Há que continuar.
Olha, eu não te ensinei nada; tu é que aprendeste tudo.
Retribuo o abraço que me enviaste.
Até sempre.

Betania disse...

Finalmente,o Mestre regressou!
Cá vinha eu dia após dia tentar ver se já havia alguma novidade mas é bom saber que se manteve sempre atento,nem outra coisa seria de prever.
As saudades são imensas.Fico feliz por ter regressado com a sua já conhecida magnificiência.
Bem-vindo!=)

Um abraço!

TempoBreve disse...

Betânia!

Ao ler a palavra "mestre", estremeci e quase tombei. Quanto à "magnificência", essa achei-a natural, claro.
Tem cuidado com as palavras que usas. Olha que as pobres más línguas podem pensar que é a sério. Mas isso que importa?
Um abraço.

Carpe Diem disse...

Tanto espero por este momento, tao elevado é este sentimento, que não sei como o exprimir.
Dizem que as palavras exprimem tudo, que transmitem sentimentos, que os criam, que os suscitam, mas a verdade é que o sentimentento está cá mas a maladra da palavra que o tansmite não sai fica presa na garganta, no pensamento ou mesmo na ponta dos dedos que não deslizam sobre o tecledo do computador, mas a verdade é que depois de tanto tempo a pensar "quem me dera que seja hoje" ou "desta vez vai lá estar escrito alguma coisa" ficamos sem palavras para expremer os sentimentos. Neste momento o que me ocorre dizer é obrigada por tudo. Nunca deixou de ser para mim Mr.Keating. Com muitas saudades de um profesor muito especial

Leandra Gomes

Anónimo disse...

Finalmente! Valeu a pena passar por aqui todos os dias.Olhava para o último post e via sempre os mesmos comentários. Já tentei comentar muitas vezes, mas nunca consegui. Veremos hoje. Sê bem-vindo. Sentimos a tua falta e precisamos de ti.

Anónimo disse...

O sr tempo escolheu um tempo escaldante para regressar ao lar dos amigos.E não fez por menos, veio com o Santo, o grande maroto!
Andou arredado. Tanto se meteu com as sais que uma delas o fez dar às pernas.Mas também logo havia de se meter com umas saias daquelas...
Bem feito! Estivesse quietinho como os espertos fazem e não mostrasse as mãos. Mas você é dos impacientes...
Como posso falar-lhe da minha saudade sem que me comova? Como posso dizer-lhe desta ausência sem que os meus dedos não se impacientem?
Eu sabia que voltava e adivinhava que estava para Breve,não fosse você o homem que honra o Tempo por onde ele passa.Consigo, ele "não cala a desgraça!"
Fazes-me falta, António Mota!

Anónimo disse...

Estou a começar a não achar graça.Então vem uma filha de Deus, cheia de mel,encantada por ver que o tempo regressou e não é que ele elege os leitores para lhes dar uma resposta, naquela sua maneira em jeito de pisco maroto, deixando os outros com água na boca? Assim não vale.Olhe que estou a falar a sério!!!!!!

Anónimo disse...

VOU MURCHAR,TEMPO BREVE.
Pronto,já murchei!