domingo, 7 de dezembro de 2008

O Sr. Dr. Mário Nogueira, o Sr. Dr. Jorge Pedreira e o jogo do faz-de-conta

Quando, na sexta-feira última, vi e ouvi o Sr. Dr. Mário Nogueira, quase de negro, a anunciar solene a suspensão de algumas acções públicas de protesto contra a política educativa do governo do Senhor Dr.- Engº. José Sócrates, executada pela sempre servil e comatosa Senhora Drª. Ministra da Educação, eu tive uma imediata reacção emotiva que não sei bem explicar, embora saiba muito bem por que é que a tive.
Aquele negro solene soava quase a vitória. Mas essa quase vitória, quase anunciada, não suscitou em mim nem apoio, nem rejeição, nem pouco mais ou menos. Ora vejam lá! O que aquele negro solene provocou em mim foi uma reacção estranha, despropositada mesmo, sabe-se lá porquê: desenterrou em mim fantasmas agoirentos que me falavam de entendimentos com formas de memorandos. Que despropósito injusto! Mandei-os logo calar. E foi, então, que me veio à memória aquele poema de Jorge de Sena - Epístola a Álvaro Salema. E publiquei-o logo aqui, não fosse vir-me à ideia uma coisa ainda mais estranha. Não sei bem por que me lembrei desse texto, mas sei bem por que o publiquei. E teve que ser logo na hora, porque se adivinhava o que se seguiu.
Umas pouquíssimas horas depois, veio o Sr. Dr. Jorge Pedreira , muito lesto e quase meigo, anunciar que não, que não era bem assim, que tudo continuava na mesma, que alguém entendera mal.
Ora, o Sr. Dr. Nogueira não gostou nada daquilo que disse o Sr. Dr. Jorge Pedreira. E com toda a razão, diga-se. E vai daí, então, o Sr. Dr. Mário Nogueira aparece de imediato a ameaçar guerra, começando por ameaçar suspender a suspensão - a tal que, solene e negro, horas antes anunciara.
Até parece que o Sr. Dr. Mário Nogueira anda muito distraído, não entende bem as coisas, engana-se muitas vezes, ou deixa-se enganar. Parece, mas não é verdade. Isso poderia lá ser?
Mas neste jogo de sombras se cansam os professores. E nesta floresta de enganos se valida o "faz-de-conta". E se o "faz-de-conta" pode ser bom para a luta partidária, para os professores nunca o será. Nem os professores o podem querer. Porquê? Porque este "faz-de-conta" é uma armadilha vestida de ingenuidade, de complacência, de conivência, de conveniência, de pura hipocrisia, ou da mistura disto tudo; e exige longos e comprometedores compassos de espera.
Se entendido assim - e eu acho que é mesmo assim -, o jogo do "faz-de-conta", os professores não o podem querer. Ele poderá ser um ganho de tempo muito útil nas estratégias partidárias para a disputa eleitoral, mas para os professores será sempre um dramático atraso no tão pouco tempo que têm para começar a juntar os cacos da sua dignidade ofendida, mas nunca vencida.

16 comentários:

Anónimo disse...

Voltaste! Ainda bem para nós que continuamos a lutar. Já ontem te li aqui... Voltaste e com uma análise que partilho na íntegra. Querem cansar-nos. Já estamos exaustos, mas prontos para continuar. Só lamento uma coisa: nunca conseguirei recuperar o encantamento que tinha por esta profissão. Humilharam-me, ofenderam-me, difamaram-me. Nem nos alunos encontro força para o sonho em que sempre acreditei - eu formava pessoas, cidadãos, profissionais futuros... Perdi o sonho, o encanto pela profissão, mas vou lutar com todas as forças. Nesta vida, nada é permanente nem o sofrimento (não sei quem disse). Obrigada por ainda te interessares pelas «nossas» coisas... Um beijo com um carinho muito especial que sempre me inspiraste. E tu sabes.

Anónimo disse...

Um regresso esperado e muito bom. Precisamos da sua voz e da sua palavra lúcida, amigo.
Tem toda a razão no que diz. E os Professores têm de estar atentos e "forçar" o caminho, em vez de se deixarem levar.
Um abraço

Anónimo disse...

Olá, Mota.
Ao contrário da Helena,não partilho a tua análise e acho ,até,o texto um bocado confuso e desmobilizador de uma luta que,apesar da nova situação em que te encontras,penso ser ainda tua.
Já sabes que sou dirigente e delegado sindical do SPN(um sindicato da FENPROF que não segue a mesma linha ideológica do Mário Nogueira)e isso confere-me,se calhar,alguma autoridade para elogiar o homem que não foi o meu candidato a Coordenador da Fenprof(apoiei a Manuela Mendonça).
Para começar,ele é o rosto de uma equipa de 8 elementos que sei ,de fonte insuspeita, que trabalha de forma democrática,sendo todas as decisões aprovadas por unanimidade. Isso acontece na Fenprof e é alargado à Plataforma sindical onde todos os sindicatos se têm mantido unidos graças,sobretudo,à grande capacidade de gerar consensos do MN.Ele é apenas o rosto que se oferece às balas do ME e ,infelizmente,àquelas que são provenientes de alguns colegas que ainda não conseguiram curar uma doença altamente prejudicial para a nossa luta que eu costumo designar anti sindicalismo primário.
Em segundo lugar, acho que quem anda distraído és tu e que não existe,da parte dos sindicatos,qualquer jogo de "faz-de-conta" e muito menos jogadas políticas.
Finalmente,porque acho que o teu texto,embora de forma pouco clara,constitui uma crítica à desconvocação das greves sectoriais,vou transmitir-te a leitura que faço da situação,repetindo aquilo que disse aos muitos colegas da ESCA que me pediram que os esclarecesse.
Na minha opinião,a desconvocação da greve foi uma atitude muito inteligente que matou 2 coelhos de uma só cajadada:acabou de vez com a "cassete" da intransigência sindical com qual a máquina de propaganda"socialista" estava a intoxicar a opinião pública e preveniu a possibilidade destas greves (por serem sectoriais)não terem a expressão grandiosa da do dia 3.Agora o ME não pode falar da nossa intransigência e a bola passou para o lado dele.Se não a chutar para o sítio que nós queremos, vai sofrer um contra-ataque fulminante de professores que voltarão à luta com forças redobradas até à vitória final.Deu-se um passo atrás para se poder dar dois passos em frente.
Textos pessimistas como o teu que,ainda por cima, desenterra o "fantasma do memorando,só desmotivam e desmobilizam os colegas.
P.S. Tu ainda ouves o Pedreira?

Amigos na mesma
Grande abraço

Zé Coimbra

TempoBreve disse...

Minha cara Helena, menina do Alto Minho!

Claro que sei, mas sabe sempre bem saber que, por onde passámos, deixámos um bocadinho de nós que, por ser bom, vale bem mais que as antipatias, ressentimos, ou ódios de estimação, que também deixámos - principalmente quando não calámos silêncios coniventes. E espero que tu saibas que o meu apreço por ti também sempre existiu, mesmo que calado.
Claro que me interesso, e muito, pela situação dos professores. Aliás, não poderia ser de outro modo, sob pena de negar todo o esforço que fiz enquanto estive na escola. E eu isso não faço. O que fiz e disse, foi com convicção, e não ditado pela defesa mesquinha da minha posição em particular, ou na defesa de pequeninas capelas que em surdina conspiravam por detrás das portas, ou nas sedes dos partidos que lhes dão o ser.
Lamento imenso que tenhas perdido o "encanto" e o "sonho" inerentes, quanto a mim, ao ser professor. Mas pode ser que volte. Afinal, tu ainda estás no teu posto. E isso quer dizer que esse mesmo "encanto" e esse mesmo "sonho" ainda pode voltar. E vai voltar.
Mas como eu compreendo esse teu desabafo! É que foi exactamente o que aconteceu comigo. Dei comigo a entrar na escola e nas aulas com o coração dorido e negro. Perdi o "encantamento". Dei aulas temporariamente na minha idade mais moça, mas o meu curso era outro - socialmente muito mais reconhecido, e materialmente bem mais proveitoso. Como me "encantei", mudei de curso, e fui-me fazendo professor aos poucos. Fui professor por opção. Encantei-me. Dizia entre amigos que fazia o que mais gostava, e que ainda me pagavam por isso. Roubaram-me à força esse encantamento. Resisti a tudo. Mas a essa perda não consegui resistir. E, sem ele, eu não conserguia ser professor, sem que me negasse a mim mesmo. Já não o fui no último ano que dei aulas. Uma fraqueza minha, claro. Mau feitio, o meu.
Tentaram - e tentam ainda - humilhar-nos, ofender-nos e difamar-nos, mas a má consciência ficará com os que tentaram isso - se é que têm inteligência e sensibilidade bastante para entenderem a dimensão gravosa do absurdo que fizeram e que teimam em não reconhecer. Com nós outros ficará a paz de quem se ergueu e lutou, até aos limites possíveis, contra a teimosia, hipócrita e mesquinha, que só a estupidez justifica. E tu estás do lado dos que vão ficar de consciência limpa, porque se ergueram e porque lutaram. Sofreste e sofres. Mas esse teu sofrimento não será em vão. Recordá-lo-ás com orgulho mais tarde. Acredita.
E olha, repito: o tal encantamento que agora te foge ainda há-de um dia voltar de novo a ti. É um passarinho que tenho escondido aqui atrás orelha que me está a dizer isso. E ele, o passarinho, nunca se engana.
Há que ter esperança, e não desistir. Afinal, estamos no Natal, não é?
Um abraço de saudades.

Anónimo disse...

Com a lágrima no canto do olho, agora só consigo dizer: obrigada por tudo, Mota.

TempoBreve disse...

Olá, Elisabete!

Uma pontinha de vaidade por saber que não se esqueceu deste escaninho do tempo.
As minhas vindas aqui têm sido mais passagem que regresso. São coisas do tempo: daquele tempo outro que é mais de pensar e sentir, e que o relógio não conta. Contudo, mesmo que calado, eu estou sempre.
A minha voz é cansada e rouca. Dá cabo de mim. Costumo dá-la sempre antes do tempo, o que a torna sempre mais cansada e rouca. Se é lúcida? Eu acho que é. Mesmo quando não, a lucidez está nela. Há só que procurar e ver. E eu sei ver isso nela. Se há quem não veja, santa paciência! Mas ela é assim. E eu gosto dela, que é a voz minha.
A situação é tal que precisamos todos da voz uns dos outros. Quanto mais não seja para que essas vozes nos sirvam de arrimo, e nos sirvam de ombro para algum conforto.
Sim. Cada vez mais é verdade: os professores têm de "forçar" o caminho. Eu acho que é a única via que lhes resta. Vencer ou cair de pé são as únicas formas de sairmos limpos do contágio torpe da indignidade estúpida. E é nosso dever, porque somos professores, custe o que custar, sairmos disto limpos. Pelo nosso nome, pelos nossos filhos, pelos nossos netos. E nisto dos nossos filhos e dos nossos netos hão-de caber sempre os nossos alunos.
Confuso? Acho que não.
Um abraço e até.

Margarida Azevedo disse...

De acordo!
abraço e boa continuação,
M.

Ibel disse...

Palavra que esta tua escrita me sabe sempre a pouco! E depois enredo-me nela e fico varada«Tempo de Deus!»
Vai daí,esta análise que fazes,uma das mais criativas,satíricas e humorísticas que tenho lido nos últimos tempos,não só tem o préstimo de denunciar o que é claro como água,como é uma espécie de purgante para aliviar o esgotamento a que os professores andam submetidos, por causa do tal"faz-de-conta".
E não é que ao bocado vi e ouvi o Almeida Santos a tentar defender os deputados faltosos com argumentos indefensáveis? Que amiguinhos todos eles!Até comove... E não é que a pouca vergonha é tanta que afirma que os deputados ganham mal?
"...que os pariu!

TempoBreve disse...

Caro Zé Coimbra!

1.
Ao contrário de ti, eu não acho o meu texto nada confuso, nem desmobilizador: as pessoas entenderam-no ( a começar por ti); e a mobilização dos professores não se faz com unanimidades simplistas, nem com um pensamento único.
2.
Nada tenho a opor ao elogio que fazes ao Mário Nogueira. É a tua opinião. Devemos reconher que o papel dele é muito difícil, mas isso não implica que não possamos criticar, em certos momentos, o conteúdo e o modo do seu desmpenho. E, quanto a esta questão, por aqui me fico, que é preciso avançar.
3.
Dizes que ele é "o rosto que se oferece às balas"

(a continuar)

TempoBreve disse...

Caro Zé Coimbra! - continuação

3.
Dizes que ele, o Mário Nogueira, "é apenas o rosto que se oferece às balas do Ministério da Educação". Ora, sendo ele quem é - o Coordenador da FENPROF, o porta-voz principal da Plataforma Sindical e, por via disso, a voz institucioanl dos professores -,ele não pode ter, nem tem, "apenas" essa função de mero figurante heróico que tu lhe atribuis com a afirmação que fazes. Seria muito redutor para ele, e para todos nós professores por ele institucionalmente representados.
4.
Mais que um "mártir" que se ofereça às balas, os professores desejam é uma liderança, individual ou colegial, mas que seja clara, inteligente e consequente, e que faça justiça à força que os professores, até ao momento, lhe têm conferido. Oxalá essa liderança, doravante assim se afirme.
5.
Quanto a mim, as balas da ainda artificialmente viva Ministra da Educação - e as dos seus capangas, e as dos seus mentores - têm sempre tido por alvo preferencial os professores. Mesmo quando atacam os sindicatos. E essas balas têm sido disparadas, não numa guerra democrática e leal, mas, isso sim, a partir de emboscadas desleais e torpes em que tudo vale - até a mentira, até a ilegalidade. E os professores é que ficaram feridos e estão magoados. Muito. E não se ofereceram para tal sacrifício. Antes tiveram que o suportar até ao limite da indignação que hoje grassa.
6.
Dizes ainda que essas "balas", a que ele se oferece, são disparadas também por alguns colegas, padecentes, quanto a ti, duma doença a que chamas de "anti-sindicalismo primário". Não vejo essa "doença" entre os professores. O que vejo é que muitos professores, entre os quais me incluo, sentem que não têm sido bem representados em todas as ocasiões, principalmente nas mais decisivas. Por isso assumem uma posição crítica - ora mais radical, ora mais suave -, face à actuação dos seus representantes em momentos cruciais. Mas isso não é doença. Isso é bom, e tem contribuído para uma muito maior mobilização dos professores, desde o princípio. Mesmo que não tenham sempre razão, esses colegas não devem ser hostilizados, não devem ser marginalizados, não devem ser insultados. Isso, sim, é que seria desmobilizador e desmotivador.
Já agora essa do "anti-sindicalismo primário" é um argumento fácil e datado. O Pacheco Pereira usou-o muito na forma de "anti-americanismo primário", aquando da Guerra do Iraque, em relação àqueles que discordavam da intervenção americana, tanto na forma como no conteúdo. Eu não gosto desse argumento. Acho-o quase insultuoso.
Gostaria que lesses, ou relesses,os textos que aqui publiquei: "Nas tuas, nas minhas, nas vossas", de 13 de Novembro, e "Nós não somos a voz do dono", de 15 de Abril. Se o fizeres, facilmente verás que posso ser crítico de determinadas acções sindicas e de certos dirigentes sindicais, mas que "anti-sindicalista" não sou. Seria estúpido. Até por razões históricas.
7.
Não sou muito adepto de greves regionais. Mas tudo depende do contexto que se viva. O mesmo direi das greves nacionais, se só forem feitas com o objectivo de contar espingardas. É que, para mim, o sucesso de uma greve não se mede só pela percentagem. Mas nisto acho que estamos de acordo.
Estas greves regionais não se fizeram. A ministra e o governo, e usando a tua expressão, já chutaram para o lado: encerraram a negociação quanto ao famoso modelo de avaliação. Vamos lá agora a ver a reacção dos professores e dos sindicatos. Será que vão chutar também para o lado quanto ao Estatuto da Carreira Docente? São bem capazes disso.
8.
É. O "Memorando" é mesmo um fantasma. Nem parece real, pois não? Mas foi. Mas agora não interessa muito. Quanto a mim, foi um erro enorme. Mas não foi por isso que deixei de apelar à unidade dos professores em volta das instituições que os representam. Só que o meu apelo à unidade não é um apelo à unidade acrítica.
9.
Com a referência que fiz ao jogo do "faz-de-conta, eu quis vincar a ideia de, ao contrário do que muitos pensam, a passagem do tempo ser favorável à ministra e ao governo. Reafirmo essa ideia. Com o deixa andar à espera que o tempo passe, os professores só ganham mais revolta e cansaço. Com isso será mais fácil manter a "agitação". Mas não é agitação eleitoralista e cansativa o que os professores buscam. Eles buscam uma coisa bem mais palpável: a revogação deste modelo de avaliação, sobre o qual não há negociação possível; a revisão do Estatuto da Carreira Docente; a anulação daquele concurso irracional, sem princípios de qualquer espécie, e sem lógica alguma - o concurso para professores titulares. Sei que é difícil. Perdeu-se e está-se a perder tempo a mais.
10.
É verdade. Eu ainda oiço o Jorge Pedreira. Pelas mesmas razões que ouço o Mário Nogueira.

Nota: Espero que não te melindres com alguma coisa que eu possa ter dito. Foi sem acinte algum. Além do mais, sei que, no essencial, estamos de acordo. E isso é que interessa. Espero que aceites este texto como eu aceitei o teu. E desejo-te muitos sucessos na tua actividade sindical. Se eu te puder ser útil em alguma coisa, é só dizeres.

Amigos como sempre.
Um grande abraço.

TempoBreve disse...

Olá, Margarida!
Agradeço a tua vinda e a tua concordância.
Acho que sei quem és - a Margarida daquela que já foi a minha escola, e daquele que já foi o meu departamento. E por isso te agradeço mais.
Mas que é isso de eu pousar o cursor no passarinho que voa ao lado do teu nome e abrir-se um blogue que não me dá acesso? Ainda faço um discurso horroroso de protesto, ouviste?
Um abraço para ti.
Sempre.

Margarida Azevedo disse...

Tempo breve,

de nada!
Sobre a tal hiperligação, é de um blogue que ando a construir e como não está pronto, interditei o seu acesso. Mas está lá outro :-)

Se fomos colegas não sei ... Mas na mesma, um abraço!
M.

TempoBreve disse...

Minha cara Isabel!

"Que os pariu!" É isso mesmo o que apetece dizer com fúria. Mas o insulto será só para eles, que ela, a dita, a autora do acto, pode bem não o ser. Não o será, certamente. Mas, não o sendo ela, eles são-no com toda a certeza. É que isto de se ser filho-da-puta só é imputável aos próprios, e nunca às mães que eles tiveram. Estas, se soubessem que eles o iriam ser, não os teriam tido. Parra evitar vergonhas futuras.
Causam-me raiva os teus comentários. Não por não gostar deles, mas por saber que, embora sinceros, não são merecidos. Mas "deves" continuar a fazê-los, pois a raiva que me causam é raiva que me dá prazer.
Eu estou mesmo convencido que há um jogo do faz-de-conta, embora o tenho dito meio a brincar. E também estou convencido que esse jogo do faz-de-conta só prejudica os professores. Mas os professores vão responder. Assim o espero. E assim será certamente.
Dê por onde der, a luta dos professores terá consequências positivas. Afinal, não são os professores um enorme contingente de consciência crítica? Há é que assumir isso nas escolas e na sociedade.
Até breve.
Um abraço.
Grande.

TempoBreve disse...

Margarida!

Sim. eu vi o outro.
Se não sabes se fomos ou não colegas, é porque o não fomos, mas as palavras que te disse mantêm o mesmo exacto valor.
Então, um abraço à mesma.

Nota: Eu, que sou acusado de demoras na resposta a comentários, e mesmo de não responder, acho que nunca respondi tão rápido como a este teu de agora.
Até.
:-)

Margarida Azevedo disse...

Tempo breve,

grata pela resposta rápida! Uma honra!
Abraço,
m.

Anónimo disse...

Anotei a tua resposta e sei que estamos os dois a remar para o mesmo lado nesta travessia de mares tão traiçoeiros.
Eu também não gosto de unanimismos e, talvez por isso, assumi publicamente a minha discordância em relação ao teu texto. Penso que é também esta uma das funções dos blogs que, com pena minha, descambam muitas vezes em exercícios de puro narcisimo em que ou se elogia ou se é elogiado.
Quanto aos sindicatos e ao que estão ou não a fazer, remeteria para um dos últimos comunicados da Plataforma Sindical:

ESCLARECIMENTO
A Plataforma Sindical dos Professores denuncia o facto de, em algumas escolas, estar a ser exigido aos professores que assinem declarações em como recusam ser avaliados, ou preencham formulários e apresentem requerimentos para que se lhes aplique um regime de avaliação que não está em vigor.
A Plataforma alerta os docentes para a ilegalidade destes procedimentos e lembra que:
-O decreto regulamentar foi apenas ontem, dia 17 de Dezembro, aprovado pelo Governo;
-Após aprovação, carece de promulgação pelo Senhor Presidente da República;
-De seguida, é necessário que seja publicado em Diário da República;
-Havendo matéria, poderão, ainda, ser interpostas acções nos Tribunais que suspendam a aplicação do novo quadro legal;
-Aguarda-se, também, a votação, na Assembleia da República, das Propostas de Lei que visam suspender, este ano, a avaliação de desempenho e substituir o modelo do ME por uma solução transitória.
A Plataforma Sindical dos Professores reafirma que a grande luta contra a aplicação do modelo de avaliação é a sua suspensão, escola a escola.
A Plataforma, apela, assim, a todos os professores e educadores a que, em desobediência cívica, continuem a recusar-se a entregar os seus objectivos individuais.
Para esse efeito, os sindicatos disponibilizarão todo o apoio aos professores e escolas que tomem essa decisão.
18-12-2008 A Plataforma Sindical dos Professores

P.S Desculpa a demora da resposta e,já agora,FESTAS FELIZES