Não sei qual o texto que vai sair dessas maçãs tão meigamente deitadas sobre cama de folhas em pose delicadamente erótica, maçã macho sobre folhas de rainha, convidando a uma apetecível leitura pelo livro (A)dentro. Já tinha saudades das suas fotografias, iluminuras preciosas que alimentam a imaginação. Deleite-se com as maçãs e com a cama de folhas que terá de continuar a abrir pela noite dentro.E não durma; que eternidade é eterna para o sono, mas breve para o corpo. Boas leituras.
Elá! Mas que rica fruta! Não diga que é sua...Olhe que se for, vai haver muito boa gente a querer ser livro. Pode ser que pegue o hábito de ler. E que infelicidade para a coelha...
Eu sei que palavras sairiam. Mas não tive tempo de tecê-las. Deixei à pressa a fotografia que tirei, também à pressa, em princípios de Novembro. Até o título foi à pressa. Agora já teria outro. As maçãs aconchegadas entre folhas delicadas de rainha sedutora, deram-me muitas palavras daquelas sagradas e antigas todas cheias de segredo. Mas você adivinhou, quando as insinuou ou disse nesta sua mensagem linda. Vou ver se ainda escrevo o texto. Mas agora vai ser mais difícil, depois do que o que você já viu e disse. Mas pode haver ainda mais. Obrigado pela sabedoria do seu ler tão delicado. :-)
Violeta: Belíssima é a sua frase. Tão curta. Mas tão belíssima a tecer, o mais belíssimo tecer, do mais belo apetecer. Você numa frase viu tudo. Chama-se a isso saber. Obrigado pela frase que me deu. :-)
Toda a fotografia tem em si um simbolismo muito rico. Tem lá lendas. Tem lá mitos. Tem lá segredos sagrados. Tem desejo e sedução. A fotografia ela toda, está cheia daquela sede que é sede de sabedoria, que é sede de conhecimento. E a sabedoria e o conhecimento alimentam-se de amor. Por isso, ali nas maçãs, no meio daquela ramagem, que são folhas de rainha, você pode ver amor com toda a legitimidade, pois é amor que lá está. E a fruta de que fala, se quiser, também lá está. Mas trate-mo-la como ela merece. É coisa muito bonita, se tratada com ternura. Um abraço e até. :-)
Pelos comentários que leu acima, e se olhar bem para a fotografia, facilmente verá que a coelha não vai entender nada. Não vai porque não consegue. Ela não sabe o que é amor, poesia e sabedoria. Não. Ela não ia entender; nem ia aprender a ler; Por isso, terá de ficar com os que, como ela, se ficam pelo instinto primário. Ela não ia entender. E eu também não a quero aqui. Você já viu aquele olhar frio, espetado em cara de pau, com aquela pose tensa - de quem tem garfo engolido na garganta -, a ouvir falar de saberes, a ouvir falar de sonho, a ouvir falar de amor? Não. Não a queremos por aqui. Um abraço.
"O crepúsculo zumbiu de rumores" E Bianca buliu toda por dentro E deitou-se nas folhas abobadas E preparou-se para (a)colher O galho e as delícias do deus Que as expunha só para ela Enquanto o rumor ardia Ainda noite e já dia.
O livro sabe que as suas personagens dormem, enquanto fechado. Dormem na paz e no sonho, até que alguém, de vontade, deite mão ao livro, o abra em jeito, e, de mansinho, as vá acordando, uma a uma, lendo. Assim deve ser. Desta vez, porém, não foi bem assim. Quem abriu o livro, não foi para as acordar, que já as sabia. O livro, um prodígio de pudor, bem reparou no perigo que as palavras corriam ao exporem-se assim, sem que por mão de quem as vai ler, mas sim por mão de fotógrafo desasstrado e distraído. Por isso, encolheu-se, deixando as suas folhas côncavas, como em resguardo das personagens que nele moram, dificultando leres. A máquina fotográfica, habituada que está ao perigo das imagens, deu uma ajuda ao livro, abobadando-lhe as linhas nas páginas já concavas, desfocando letras, desmaiando palavras, tendo o cuidado até de cortar no texto, à esquerda e à direita. Pensar-se-ia que o desvelos do livro e da máquina chegariam para que as palavras e as personagens continuassem dormindo. Mas não. Veio você, olhou para o conjunto da imagem, estendeu o olhar atento para as maçãs, lembrou-se de mitos antigos. Podia ter ficado por aí, esquecendo-se do livro, como se fosse mero cenário. Mas não. Você, das maçãs, atirou-se ao livro, desconfiando, e bem, que no sabor da maçã está o conhecimento. Podia ter ficado pelos segredos da maçã e do livro. Mas não. Você, como Eva, não se conteve: Eva enamorou-se daquela maçã, provou-a, ficou a saber, e foi a correr contar ao Adão os segredos da maçã, para que ele, como ela, soubesse também; você apeteceu-se das maçãs, estendeu seu olhar atento para elas, viu-as, com olhos de ver, foi-se ao livro, e depois, depois, veio contar aqui a todos os segredos da Bianca. Você deu vida a Bianca. Você acordou a Bianca. Como é que foi tão curiosa que viu: "O crepúsculo zumbiu de rumores", "Bianca", "noite"? Onde foi buscar a arte de urdir tecido tão lindo partindo de nada? A Bianca é capaz de ter gostado; penso até que lhe agradece este episódio vaidoso que faz dela deusa. E o meu grande amigo, que também tem lá nome escrito, esse deve ter adorado. Já o frade, que lá está espiando, esse deve ter odiado. Não por ser frade. Mas por ser fanático. Agora, e para terminar, não pense que me engana com este texto tão grande que deixou aqui, e que inventou do nada. Não. A mim não me engana, não. Você escreveu este texto só para que se pense que você só viu o que disse. Mas a mim não me engana. Eu sei que você viu ainda mais. Posso agradecer-lhe? :-)
Claro que as maçãs estão lindas. Elas podiam lá não? Foram apanhadas em Dezembro, menina. Tardíssimo, como vê. O título do capítulo? Onde? Nem reparei. Claro que era para se lembrar da princesa. Que é de si? :-)
Olá TempoBreve. Foi um prazer ter comentado 3 vezes o texto da minha Ilhaencantada, pois deu mostra da sua persistência,que é de admirar. Por outro lado, eu adorei ler tudo o que escreveu sobre o mesmo texto, já que há pequenas "nuances" muito agradáveis de registar, sempre curiosamente diferentes em cada um. Não foi excessivo, não foi impertinência, nem abuso de modo algum. Foi muito bom. E como tudo o que tem encanto é seu, as minhas ilhasencantadas já "são"nossas. Quanto à sua pergunta, eu sou mesmo "pássaro azul" e como vê, as minhas asas já me trouxeram até ao seu TempoBreve que não é um breve tempo pois tem muito para descobrir, saborear, evoar por aqui muitas vezes. Bem-haja pelas suas palavras e até sempre. Deixo-lhe um abraço de admiração pelos seus textos e não só.
Sim. Três vezes. Três vezes à volta da ilha. As ilhas são uma tentação para as circundar. Anunciam mais segredos, mais recantos, e sempre horizontes vastos. Reli os textos que lhe mandei. Eu sabia que eles teriam que ter cambiantes e diferenças, já que não havia rascunho prévio. Mas tenho que admitir também que gostei das diferenças que vi. Um abraço para si..
Olá,Tempobreve! Como vai? Hoje pensei em si.Sabe,ando triste e sem cor.Acho que o tempo não me diz nada e o espaço nada me diz.O sol anda frio e estranho neste canteiro de fim do mundo e vai,sem eu querer,apagar-se e transmutar-se em flocos de Saturno para a raíz não cantar e também não sonhar.
Eu estou bem, embora este meu estar bem seja um estar bem sempre com sede. Acho que não saberia ser se fosse doutra maneira. Digamos que sou como o menino que corre sempre para o arco-íris, a ver se vê a nascente onde ele bebe. O menino sabe bem que ao chegar ao sítio onde o arco-íris parece estar a beber, ele, o maroto, não vai estar lá. Mas o menino não desiste. Olha em frente, e vê o arco-íris lá do outro lado, noutra encosta do monte. E recomeça a busca. Eu também penso em si, quando vejo violetas bravas. E vejo-as muitas vezes, sabia? São pequenininhas, mas muito queridas. Se o tempo e o espaço não lhe dizem nada, não se arrelie, nem fique triste. Eles são tão vastos e nós tão pequenos que, muitas vezes, nos perdemos neles. E ficamos tristes. Mas só um pouquinho. Só até nos lembrarmos que o tempo e o espaço não existem sem nós; não fazem sentido sem nós. O sol anda frio? Verá que em breve ele vai aquecer e fazer que da terra nasçam sonhos e canções. Sorria. Não me diga que está triste. Mas, se estiver mesmo triste, eu ficarei triste a seu lado, até que sua tristeza passe. :-)
TempoBreve! Obrigada pelo calor das suas palavras!Elas regam,revigoram a alma das flores! Vou tentar,tal como você,Tempo,correr em direcção ao arco-íris para ficar com mais cor e ir atrás de/dos sonhos... Sabia que eu nasci de uma violeta brava?Não foi de uma de estufa,não!Essas são diferentes de mim.Eu sou das frágeis,pequenininhas,mas com muito perfume,a sério!Às vezes bem gostava de não ter cheiro,era-me mais fácil,mais simples... Olhe,já desabafei um bocadinho e gostei de o ter feito. Boa semana,tempo melhor e arco-íris aos montes! Fique bem,Tempo.
Eu já lhe contei o essencial sobre o arco-íris. Mas há mais. Sabia que as suas violetas preferidas seriam as bravas, pequenininhas e lindas. Por isso eu falei nelas. Já viu a cor e a forma que têm? E como, mesmo assim tão pequeninas se agarram pelos valados à vida, e até na sombra das árvores? São quase como os moranos selvagens. Aliás, encontro-os muitas vezes junto a elas. Será que elas os namoram? Ou será que são eles a elas? Eu também acho que às vezes seria melhor não ter sensibilidade. Mas volto logo atrás. Seríamos demais vulgares. E a vulgaridade já tem adoradores que bastem e sobrem. Sabe? Eu gostaria era mesmo de ser um pouco mais estúpido. Ando a esforçar-me por isso. A sério. Não sei se vou conseguir. Mas, se o não conseguir, então é porque, certamente, já atingi o objectivo. Estou só a brincar consigo. Sorria, pois! :_)
Eu ontem e hoje fiquei muito orgulhosa de si. E vou falar com franqueza.Não estava à espera que, no seu dia livre, logo matinalmenta, você estivesse a dar corpo ao nosso protesto com um texto tão soft, mas tão prenchido de cereais de celeiro latifundiário. Dexei-o, propositadamente ,tratar de tudo, porque achei que era a hora de se ver quem é o Tempo. E quando perguntavam:-Quem escreveu isto, havia realmente uma certa admiração. Eu fiquei babada. Olha o granito encantado!Olha o homem caminhando sobre a água! Olha o maçãs entre folhas a saber podar outras vinhas com empenho.è que ele também tem dentro um baloiço! E é filho de piscou que amou a terra e nela se foi deitar. Muito obrigada.
Cansado da agricultura um lavrador decidiu escrever um livro. Mas sobre o quê, Senhores? Só sabia de podas e de sulfatagens e de vindimas e coisas assim, não sabia de mais nada... Comprou um caderno em branco e sentou-se em frente dele, lápis na mão. Mais tarde ou mais cedo seria assaltado por uma ideia que merecesse ser escrita. Passaram algumas, fugazes, mas eram ideias ora demasiado pequenas ora demasiado grandes para poderem ser esculpidas em letras, torneadas a lápis, adormecidas em leito de papel. Encostou a cabeça por aquilo que julgava ser um momento e acordou na manhã seguinte, a cabeça almofadada no livro em branco que já não estava em branco. Um cacho de maçãs tingia agora de uma beleza encarnada a alvura das páginas virgens. Levantou-se, pegou numa das maçãs e comeu-a.
21 comentários:
Não sei qual o texto que vai sair dessas maçãs tão meigamente deitadas sobre cama de folhas em pose delicadamente erótica, maçã macho sobre folhas de rainha, convidando a uma apetecível leitura pelo livro (A)dentro.
Já tinha saudades das suas fotografias, iluminuras preciosas que alimentam a imaginação.
Deleite-se com as maçãs e com a cama de folhas que terá de continuar a abrir pela noite dentro.E não durma; que eternidade é eterna para o sono, mas breve para o corpo.
Boas leituras.
Belíssimo (a)(pe)tecer!
Elá! Mas que rica fruta! Não diga que é sua...Olhe que se for, vai haver muito boa gente a querer ser livro.
Pode ser que pegue o hábito de ler.
E que infelicidade para a coelha...
Pensando melhor, até a coelha vai jurar que quer aprender a ler e vai trocar o galito. Ai a futa!
Beija-Flor!
Eu sei que palavras sairiam. Mas não tive tempo de tecê-las. Deixei à pressa a fotografia que tirei, também à pressa, em princípios de Novembro. Até o título foi à pressa. Agora já teria outro.
As maçãs aconchegadas entre folhas delicadas de rainha sedutora, deram-me muitas palavras daquelas sagradas e antigas todas cheias de segredo.
Mas você adivinhou, quando as insinuou ou disse nesta sua mensagem linda.
Vou ver se ainda escrevo o texto. Mas agora vai ser mais difícil, depois do que o que você já viu e disse. Mas pode haver ainda mais.
Obrigado pela sabedoria do seu ler tão delicado.
:-)
Violeta:
Belíssima é a sua frase. Tão curta. Mas tão belíssima a tecer, o mais belíssimo tecer, do mais belo apetecer.
Você numa frase viu tudo. Chama-se a isso saber.
Obrigado pela frase que me deu.
:-)
Botafogo!
Toda a fotografia tem em si um simbolismo muito rico. Tem lá lendas. Tem lá mitos. Tem lá segredos sagrados. Tem desejo e sedução.
A fotografia ela toda, está cheia daquela sede que é sede de sabedoria, que é sede de conhecimento. E a sabedoria e o conhecimento alimentam-se de amor.
Por isso, ali nas maçãs, no meio daquela ramagem, que são folhas de rainha, você pode ver amor com toda a legitimidade, pois é amor que lá está.
E a fruta de que fala, se quiser, também lá está. Mas trate-mo-la como ela merece. É coisa muito bonita, se tratada com ternura.
Um abraço e até.
:-)
Meu caro Botafogo!
Pelos comentários que leu acima, e se olhar bem para a fotografia, facilmente verá que a coelha não vai entender nada. Não vai porque não consegue. Ela não sabe o que é amor, poesia e sabedoria. Não. Ela não ia entender; nem ia aprender a ler;
Por isso, terá de ficar com os que, como ela, se ficam pelo instinto primário.
Ela não ia entender. E eu também não a quero aqui.
Você já viu aquele olhar frio, espetado em cara de pau, com aquela pose tensa - de quem tem garfo engolido na garganta -, a ouvir falar de saberes, a ouvir falar de sonho, a ouvir falar de amor?
Não. Não a queremos por aqui.
Um abraço.
"O crepúsculo zumbiu de rumores"
E Bianca buliu toda por dentro
E deitou-se nas folhas abobadas
E preparou-se para (a)colher
O galho e as delícias do deus
Que as expunha só para ela
Enquanto o rumor ardia
Ainda noite e já dia.
Ibel!
O livro sabe que as suas personagens dormem, enquanto fechado. Dormem na paz e no sonho, até que alguém, de vontade, deite mão ao livro, o abra em jeito, e, de mansinho, as vá acordando, uma a uma, lendo.
Assim deve ser. Desta vez, porém, não foi bem assim. Quem abriu o livro, não foi para as acordar, que já as sabia.
O livro, um prodígio de pudor, bem reparou no perigo que as palavras corriam ao exporem-se assim, sem que por mão de quem as vai ler, mas sim por mão de fotógrafo desasstrado e distraído.
Por isso, encolheu-se, deixando as suas folhas côncavas, como em resguardo das personagens que nele moram, dificultando leres.
A máquina fotográfica, habituada que está ao perigo das imagens, deu uma ajuda ao livro, abobadando-lhe as linhas nas páginas já concavas, desfocando letras, desmaiando palavras, tendo o cuidado até de cortar no texto, à esquerda e à direita.
Pensar-se-ia que o desvelos do livro e da máquina chegariam para que as palavras e as personagens continuassem dormindo. Mas não.
Veio você, olhou para o conjunto da imagem, estendeu o olhar atento para as maçãs, lembrou-se de mitos antigos. Podia ter ficado por aí, esquecendo-se do livro, como se fosse mero cenário. Mas não.
Você, das maçãs, atirou-se ao livro, desconfiando, e bem, que no sabor da maçã está o conhecimento. Podia ter ficado pelos segredos da maçã e do livro. Mas não.
Você, como Eva, não se conteve: Eva enamorou-se daquela maçã, provou-a, ficou a saber, e foi a correr contar ao Adão os segredos da maçã, para que ele, como ela, soubesse também; você apeteceu-se das maçãs, estendeu seu olhar atento para elas, viu-as, com olhos de ver, foi-se ao livro, e depois, depois, veio contar aqui a todos os segredos da Bianca. Você deu vida a Bianca. Você acordou a Bianca.
Como é que foi tão curiosa que viu: "O crepúsculo zumbiu de rumores", "Bianca", "noite"?
Onde foi buscar a arte de urdir tecido tão lindo partindo de nada?
A Bianca é capaz de ter gostado; penso até que lhe agradece este episódio vaidoso que faz dela deusa. E o meu grande amigo, que também tem lá nome escrito, esse deve ter adorado. Já o frade, que lá está espiando, esse deve ter odiado. Não por ser frade. Mas por ser fanático.
Agora, e para terminar, não pense que me engana com este texto tão grande que deixou aqui, e que inventou do nada. Não. A mim não me engana, não.
Você escreveu este texto só para que se pense que você só viu o que disse. Mas a mim não me engana. Eu sei que você viu ainda mais.
Posso agradecer-lhe?
:-)
As maçãs estão lindas, ainda que seja um dó que as tenhas apanhado de tão tenra idade... infanticídio, é o que é...
Agora o título do capítulo, é bem sugestivo... lembrou-me logo a princesa... ;-)
Beijoca
Olá, Nanny!
Claro que as maçãs estão lindas. Elas podiam lá não? Foram apanhadas em Dezembro, menina. Tardíssimo, como vê.
O título do capítulo? Onde? Nem reparei.
Claro que era para se lembrar da princesa.
Que é de si?
:-)
Olá TempoBreve.
Foi um prazer ter comentado 3 vezes o texto da minha Ilhaencantada, pois deu mostra da sua persistência,que é de admirar.
Por outro lado, eu adorei ler tudo o que escreveu sobre o mesmo texto, já que há pequenas "nuances" muito agradáveis de registar, sempre curiosamente diferentes em cada um.
Não foi excessivo, não foi impertinência, nem abuso de modo algum. Foi muito bom.
E como tudo o que tem encanto é seu, as minhas ilhasencantadas já "são"nossas.
Quanto à sua pergunta, eu sou mesmo "pássaro azul" e como vê, as minhas asas já me trouxeram até ao seu TempoBreve que não é um breve tempo pois tem muito para descobrir, saborear, evoar por aqui muitas vezes.
Bem-haja pelas suas palavras e até sempre.
Deixo-lhe um abraço de admiração pelos seus textos e não só.
,
Pássaro Azul!
Sim. Três vezes. Três vezes à volta da ilha. As ilhas são uma tentação para as circundar. Anunciam mais segredos, mais recantos, e sempre horizontes vastos.
Reli os textos que lhe mandei. Eu sabia que eles teriam que ter cambiantes e diferenças, já que não havia rascunho prévio. Mas tenho que admitir também que gostei das diferenças que vi.
Um abraço para si..
Olá,Tempobreve!
Como vai?
Hoje pensei em si.Sabe,ando triste e sem cor.Acho que o tempo não me diz nada e o espaço nada me diz.O sol anda frio e estranho neste canteiro de fim do mundo e vai,sem eu querer,apagar-se e transmutar-se em flocos de Saturno para a raíz não cantar e também não sonhar.
Olá, Violeta!
Eu estou bem, embora este meu estar bem seja um estar bem sempre com sede. Acho que não saberia ser se fosse doutra maneira. Digamos que sou como o menino que corre sempre para o arco-íris, a ver se vê a nascente onde ele bebe. O menino sabe bem que ao chegar ao sítio onde o arco-íris parece estar a beber, ele, o maroto, não vai estar lá. Mas o menino não desiste. Olha em frente, e vê o arco-íris lá do outro lado, noutra encosta do monte. E recomeça a busca.
Eu também penso em si, quando vejo violetas bravas. E vejo-as muitas vezes, sabia? São pequenininhas, mas muito queridas.
Se o tempo e o espaço não lhe dizem nada, não se arrelie, nem fique triste. Eles são tão vastos e nós tão pequenos que, muitas vezes, nos perdemos neles. E ficamos tristes. Mas só um pouquinho. Só até nos lembrarmos que o tempo e o espaço não existem sem nós; não fazem sentido sem nós.
O sol anda frio? Verá que em breve ele vai aquecer e fazer que da terra nasçam sonhos e canções.
Sorria. Não me diga que está triste. Mas, se estiver mesmo triste, eu ficarei triste a seu lado, até que sua tristeza passe.
:-)
TempoBreve!
Obrigada pelo calor das suas palavras!Elas regam,revigoram a alma das flores!
Vou tentar,tal como você,Tempo,correr em direcção ao arco-íris para ficar com mais cor e ir atrás de/dos sonhos...
Sabia que eu nasci de uma violeta brava?Não foi de uma de estufa,não!Essas são diferentes de mim.Eu sou das frágeis,pequenininhas,mas com muito perfume,a sério!Às vezes bem gostava de não ter cheiro,era-me mais fácil,mais simples...
Olhe,já desabafei um bocadinho e gostei de o ter feito.
Boa semana,tempo melhor e arco-íris
aos montes!
Fique bem,Tempo.
Violeta!
Eu já lhe contei o essencial sobre o arco-íris. Mas há mais.
Sabia que as suas violetas preferidas seriam as bravas, pequenininhas e lindas. Por isso eu falei nelas. Já viu a cor e a forma que têm? E como, mesmo assim tão pequeninas se agarram pelos valados à vida, e até na sombra das árvores? São quase como os moranos selvagens. Aliás, encontro-os muitas vezes junto a elas. Será que elas os namoram? Ou será que são eles a elas?
Eu também acho que às vezes seria melhor não ter sensibilidade. Mas volto logo atrás. Seríamos demais vulgares. E a vulgaridade já tem adoradores que bastem e sobrem.
Sabe? Eu gostaria era mesmo de ser um pouco mais estúpido. Ando a esforçar-me por isso. A sério. Não sei se vou conseguir. Mas, se o não conseguir, então é porque, certamente, já atingi o objectivo.
Estou só a brincar consigo.
Sorria, pois!
:_)
Tempo breve
Eu ontem e hoje fiquei muito orgulhosa de si. E vou falar com franqueza.Não estava à espera que, no seu dia livre, logo matinalmenta, você estivesse a dar corpo ao nosso protesto com um texto tão soft, mas tão prenchido de cereais de celeiro latifundiário.
Dexei-o, propositadamente ,tratar de tudo, porque achei que era a hora de se ver quem é o Tempo.
E quando perguntavam:-Quem escreveu isto, havia realmente uma certa admiração.
Eu fiquei babada. Olha o granito encantado!Olha o homem caminhando sobre a água! Olha o maçãs entre folhas a saber podar outras vinhas com empenho.è que ele também tem dentro um baloiço! E é filho de piscou que amou a terra e nela se foi deitar.
Muito obrigada.
Leia-se " Ele é filho de artista que amou a terra e nela se foi deitar"
A escrita apetecível.
Cansado da agricultura um lavrador decidiu escrever um livro.
Mas sobre o quê, Senhores?
Só sabia de podas e de sulfatagens e de vindimas e coisas assim, não sabia de mais nada...
Comprou um caderno em branco e sentou-se em frente dele, lápis na mão. Mais tarde ou mais cedo seria assaltado por uma ideia que merecesse ser escrita.
Passaram algumas, fugazes, mas eram ideias ora demasiado pequenas ora demasiado grandes para poderem ser esculpidas em letras, torneadas a lápis, adormecidas em leito de papel.
Encostou a cabeça por aquilo que julgava ser um momento e acordou na manhã seguinte, a cabeça almofadada no livro em branco que já não estava em branco.
Um cacho de maçãs tingia agora de uma beleza encarnada a alvura das páginas virgens.
Levantou-se, pegou numa das maçãs e comeu-a.
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