O Líbano faz-me evocar o meu colega e amigo Anwar Namani, que me deu a conhecer pela peimeira vez O Profeta, do poeta filósofo Kahlil Gibran, a que já tive oportunidade de referir-me em www.tempobreve.blogspot.com, em 31 de Julho de 2007, e em www.setepelessetesaias.blogspot.com, de 30 de Julho de 2007. Ao Anwar perdi-lhe o rastro. Estará ainda vivo, depois do seu país ter sido tantas vezes tão massacrado? O livro, esse ainda o tenho e releio-o.
Parece que o Líbano nasceu num lugar maldito. Mas não. Maldita é a ambição e o orgulho tribal que fazem dos homens bestas canibais, que nada detém, ante o desejo de posse e de mando, nos jogos estratégicos que mais lhes convêm. A humanidade? Essa que se. Se bem que o não digam. O que eles dizem é que fazem tudo para bem do povo, da democracia, e da segurança. Da segurança dos seus interesses, claro, que os interesses dos outros não contam, e são até de desconfiar. Ora viva a guerra! Ora vivam canhões! Ora viva a malta tão esforçada na defesa heróica dos interesses vitais de alguns países, de alguns senhores, muito democratas, muito ocidentais!
Os outros, esses que se amanhem; e que se aninhem humilhados e famintos, vendo os filhos mirrar e morrer dentro de campos cercados de modernos arames farpados, e de muros modernos de separação higiénica, e de canhões abencoaços pelo deus do ocidente. E os seus iguais, do lado de lá, até agradecem.
Eu gosto do Líbano. Eu detesto a mentira e a hipocrisia.
Onde paras tu, Anwar Namani?
Um abraço.
...
* Este texto é um comentário que eu escrevi no blogue cegueiralusa, do José Carreira, e que ele teve a amabilidade de publicar na página principal desse seu blogue no dia 11, sexta-feira; façam uma visita a esse blogue; vale a pena.
domingo, 13 de janeiro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
"Onde paras tu Anwar Namani?"
Se eu soubesse onde ele para, acredite que o teria ido buscar e tê-lo-ia posto no seu sapatiho de alma avezinha, também tão menina, nessa invocação que é moinho de dó.
Já é segunda vez neste blogue, que você cham por Anwar e Anwar não vem.
Será que"o tempo cala a desgraça",quando o tempo nada lhe diz?
Eu vou ajudar a esse pelo"Anwar!!!!!
Cara Ibel!
O Anwar existiu mesmo. Era mesmo esse o seu nome. E era mesmo do Líbano. Tudo o que disse dele aconteceu como eu disse. Não sei se ainda é vivo, dadas as circunstâncias da vida, e principalmente as da guerra.
Da primeira vez que o evoquei, foi para falar de "O Profeta", um livro que para mim é de culto, e foi ele que mo deu; foi também para reflectir sobre a nossa leviandade jovem de não conservarmos os laços de amizades que tivemos e que o tempo nos escondeu; foi também para evocar essa estupidez que é a guerra, que é feita de encomenta, em que o que vale é o poder do dinheiro, e as pessoas não contam - são danos colaterais, estatísticamente calculados.
Desta segunda vez em que por ele chamei, a razão foi essa mesma: a guerra de fanatismos,com aparência nazi, em nome de interesses vitais, em que o preço do petrólio se paga a peso de sangue e de corpos desmembrados, alimentando ainda o negócio de audiências televisivas, em nome da adrenalina a que chamam informação livre.
Mas você percebeu bem ao ver no meu perguntar "uma invocação que é moinho de dó".
Obrigado por ter visto. E que o silêncio do tempo não seja de calar desgraça.
:-)
O comentário foi deixado em cegueiralusa.
Caro anónimo!
Aqui ao no "cegueiralusa" agradeço-lhe que tenha lido o texto. Já lá lhe agradeci, mas volto a fazê-lo aqui.
Um abraço.
Enviar um comentário