terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Honra e glória ao guru Crates

Vamos lá, então, a coisas mais sérias e simpáticas, a ver se você me perdoa, e esquece os Fantoches psicóticos – texto e gato, pesadelos que pode ver aqui em baixo. Se teve a dupla sorte de não ver o gato e de não ler o texto, não cometa agora o erro: feche os olhos e não leia. Vamos, então, à simpatia de outros assuntos mais leves, mais leves e até mais cómodos, tudo em louvor ao Crates.

1. Hoje é terça-feira e, como sabem, eu gosto muito destas “feiras” nossas, que são as “feiras” da semana. Eu acho até que devíamos passar a dizer também “sábado-feira e “domingo-feira”, para as feiras serem mais. Seria mesmo uma glória que outras línguas não têm. Mas isso é outra história, que já aflorei aqui, e a ela voltarei, em dia de mais sossego, e se isso agradar ao Crates.

2. Hoje é dia de Lua Cheia, e toda a gente gosta dela, quando pára e a contempla, dando-se a si mesmo uns minutos de descanso e devaneio. A lua tem esse condão, que dizem que é romântico, de nos pôr a imaginar mundos outros, que tecemos com belezas e com sonhos, com desejos e com esperanças. Até há mesmo quem diga que foi ela que nos ensinou a ver estrelas, que nos ensinou a ver céu, que nos ensinou a amar.
Não tenho bem a certeza, mas estou em crer que sim. É que a lua, muitas vezes, deu-me aquela certeza que podia dar a mão a quem comigo estava; e quem comigo estava, me dava a mão também; e que, nesse dar as mãos, se dava muito mais que a mão que um ao outro dávamos. Mas tudo isso acontecia, por causa da sapiência do Crates.

3. A Lua Cheia, neste dia, promete trovões e ventos, e até chuva abundante. Dir-me-ão que não acreditam, até porque tem estado sol. Mas vejam os vendavais, e as chuvas fustigadas, e o som das trovoadas a afundarem cotações ali no mundo das bolsas.
Isto é uma contrariedade para o nosso guru atleta, mais conhecido por Crates, que anda anunciar certezas de que tudo está bem, e que só quem é estúpido é que não vê que está mesmo. Mas é contrariedade pequena, que amanhã, logo bem pela manhã, ele já tem uma frase feita para dizer que é inocente. E os seus comentadores comensais vão arranjar mil argumentos, dizendo que não é culpa dele, que ele até é vítima, e que no fundo até é um bem, e que só os palermas é que não percebem a bondade de seus argumentos.
Não me venham, pois dizer, que eu estou a brincar, e que não domino bem a ciência que é a do adivinhar.
E, já agora, vão até uma janela, até uma esplanada, até um descampado, e façam favor de olhar para aquela linda lua, e digam-me lá se ela nos dá ou não paz e sonho. Mas tudo por influência do Cates

4. Há quem diga, não sei bem quem, que - além de terça-feira, e dia de Lua Cheia -, este dia é também Dia Mundial da Liberdade. Vejam que nome bonito. Mesmo que seja mentira. Mas não digam nada a ninguém, que gostar da liberdade, nos dias que hoje correm, pode muito bem ser considerado um apoio ao terrorismo.
E, principalmente, não digam nada ao senhor Bush, se não ele ainda destrói mais um país todo inteiro, matando crianças terroristas, matando velhos terroristas, matando velhas terroristas, generalizando a anarquia, a miséria e a fome, e até mil doenças, para defender a liberdade. Ele há lá maior cowboy que ele, na luta pela liberdade dos seus, dele e dos seus amigos, interesses tão vitais, como sejam a liberdade de ter tudo o que bem quiserem?
Ele só hesite um pouco naqueles breves segundo em que não tem a certeza de ter a concordância do Crates.

5. E, para terminar bem, e dada a minha santidade, cabe-me ainda lembrar que hoje é dia de S. Vicente, um mártir, como convém a todo o santo que se preze. Viveu no século III e IV. Um santo já muito antigo, mas que foi muito popular, como o são todos os santos, como ainda há pouco eu disse, a propósito do S. Gonçalo. Foi popular em França, na Espanha e em Portugal. (Aqui devem fazer uma pausa e gritarem pausadamente, num ritmo sempre heróico: Por-tu-gal! Por-tu-gal! Por-tu-gal!; e depois repetir três vezes).
Que fosse popular em Portugal, compreende-se muito bem, que é terra de muitos espantos. Mas a principal razão talvez se deva ao facto de ele ser considerado o patrono dos fabricantes do vinho.
É um santo curioso. Apareceu o seu corpo em muitos lugares. Só eu conheço três sítios onde está sepultado o corpo do santo autêntico. E nenhum deles é Lisboa.
Mas se houver necessidade de apurar a verdade, é só perguntar ao Crates. Ele é bem senhor para ter habilitação para o caso.

Nota Final:Vêem como sou bonzinho, e falei de coisas mansas, e não insinuei nada, e até disse bem do Crates?

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá,Tempo!

Estou carregada de sono, mas não poderia deitar-me sem cá vir cumprir a obrigação diária.Claro que há obrigações que são prazer e a sua é uma das mais agradáveis. Você vem por aí abaixo com um texto que é fábula, que é história, que é ciência, que é ensinamento, que é religião e que é fantasia, porque o Crates não existe, ou se existe ,ninguém lhe tirou um retrato tão perfeito quanto o seu, de tão, que chega a parecer verdadeiro.
De qualquer modo,tendo-lhe feito só elogios,eu não gosto das pernas dele.Olhe, nem sei bem o motivo.Mas quando o vejo correr, apetece-me correr com ele...
Mas hoje é lua cheia e disso eu gosto. E gosto de lobisomems e de coisas fantásticas que me trazem a menina...e a sua fé em coisas de sonhos bem diferentes do pesadelo de estar fazendo o nada fazer e depois chegar a casa com o estômgo apertado e a alma despida...
Mas que lhe interessa isto si, hoje, 23 de Janeiro, noite de lua cheia?
Deseje-me um bom dormir que estou flutuando no vazio...

TempoBreve disse...

Beija-Flor!

Espero que tenha dormido bem, que é o que se deve desejar a quem cumpre a obrigação diária. E porque a cumpre, e diz que é com prazer, então eu vou libertá-la daquele role de pragas se, porventura, algum dia você não puder cumprir.
Olhe que o Crates existe. Mas ele é camaleão - sem ofensa para os ditos -, e nem todos conseguem ver como é que ele é nu. Não se enerve, nem ganhe traumas, acerca do corpo humano, que aquele "nu" ali refere-se tão somente à maquilhagem que ele usa.
A lua cheia já se foi, mas ainda se vê bem. E outra há-de logo vir.
Só sente a alma despida, quem é pessoa de alma cheia. É pessoa que quer mais. É pessoa que não se adapta bem à natureza medíocre de quem quer reduzir pessoas a meras notas estatísticas.
Eu fui por ali abaixo, tocando em tudo o que você disse. E você foi atrás de mim, lendo, voltando a tocar em tudo isso, avivando-lhe o brilho. E voltou a avivá-lo para mim, quando se decidiu a dizer-mo, nos termos em que o disse, dando-lhe forma de texto. E então foi a minha vez de ir atrás de você, lendo o que você disse, e agradando-me disso.
Obrigado por ter vindo. Venha só quando puder. Mas para mim será sempre um gosto.
:-)

Anónimo disse...

REVISTA MAGAZINE (MGI-MAGAZINE Grande Informação), (Março-Abril 2008)(tiragem de 8000 exemplares)
REVISTA MAGAZINE (MGI-MAGAZINE Grande Informação), Magazine, sa. Rua do Comércio, 8, 6. ESQ. 1100-150-LISBOA tlf. (00351) 218820105 info@magazine.com.pt (Março-Abril 2008)(tiragem de 8000 exemplares)
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OLIVENÇA. DE QUE LADO ESTÁS?(págs 146 a 154)
Texto de Carlos Eduardo da Cruz Luna
(Gravuras:Baluarte; velho e burro;Porta manuelina da Câmara; mapa;escudo português na Câmara; muralhas dionisinas; porta da Igreja da Madalena; Barragem do Alqueva)
FRASES EM DESTAQUE:
"O SEU APOGEU VERIFICOU-SE COM O MANUELINO, NESSE MESMO SÉCULO, QUANDO FOI SEDE DO BISPADO DE CEUTA. DAÍ QUE NELA SE ENCONTRE A CATEDRAL/IGREJA DA MADALENA. UMA PONTE SOBRE O GUADIANA FOI ENTÃO CONSTRUÍDA, LIGANDO-A A ELVAS"
"EM 20 DE MAIO DESSE ANO, ENTREGOU-SE AO INVASOR ESPANHOL, NA ESTRANHÍSSIMA GUERRA DAS LARANJAS; FEITA POR ESPANHA MAS MANOBRADA POR FRANÇA"
" A SUA MONUMENTALIDADE ESTÁ, TODAVIA, MUITO BEM CUIDADA, PRINCIPALMENTE DESDE HÁ TRINTA ANOS. TODAVIA, ESTÃO A DESAPARECER AS VELHAS CASAS DE ESTILO ALENTEJANO, A UM RITMO PREOCUPANTE, ATÉ NAS PRÓPRIAS ALDEIAS""A CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DO ALQUEVA VEIO TORNAR PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL QUALQUER CEDÊNCA DE PORTUGAL NA QUESTÃO DE OLIVENÇA"
(Título original OLIVENÇA AINDA É PORTUGUESA ?)
1) INTRODUÇÃO
Olivença é quase um mito. Fala-se dela quando se fala das injúrias espanholas a Portugal. Dela se fala também como uma utopia de alguns portugueses. Na verdade, no fundo, pouco se sabe de concreto, ou, melhor, pouco se sabe de historicamente comprovado. É um tema sobre o qual quase toda a gente tem algo a dizer, mas que poucos estudaram atentamente.
O melhor será, talvez, fazer um breve enquadramento histórico.
2) ORIGENS E DESENVOLVIMENTO DE OLIVENÇA
Não se sabe exactamente como nasceu Olivença. Há vestígios pré-históricos, romanos, árabes, mas mais interrogações que certezas. No início do Século XII poderia ser uma pequena aldeia. É possível que D. Afonso Henriques tenha por ali passado. Ou, pelo menos, homens seus.
Por volta de 1228, passou para domínio cristão, discutindo-se ainda se foi tomada por leoneses ou por homens de Sancho II de Portugal. Sabe-se que os Templários nela estiveram. Tradicionalmente, cria-se terem sido os portugueses. Todavia, pensa-se hoje que deverão ter sido os leoneses. Um primitivo castelo e uma igreja terão sido por eles fundados.
As divergências entre os Templários e a corte de Leão-Cestela afastaram a Ordem Religiosa da região. De certa forma, os Templários de Portugal viam-na como sua.
Talvez por isso, e após várias polémicas fronteiriças, Olivença passasse para Portugal pelo Tratado de Alcañices de 1297. A pequena aldeia viu-lhe ser dado foral logo a seguir, e um castelo dionisino foi erguido. Veio gente povoar a nova vila.
A História seguiu o seu caminho. Tal como Elvas e outras praças, Olivença foi crescendo. Fronteiriça, foi afectada por inúmeros conflitos (Guerras Fernandinas, Crise de 1383-1385, etc.). No início do Século XV, era uma povoação pujante, e no início do século XVI era a 13.ª mais povoada de Portugal. O seu apogeu verificou-se com o Manuelino, nesse mesmo século, quando foi sede do Bispado de Ceuta. Daí que nela se encontre a Catedral/Igreja da Madalena. Uma Ponte sobre o Guadiana foi então construída, ligando-a a Elvas.
A Guerra da Restauração prejudicou-a, como é de calcular. Após algumas expectativas, viu-se envolvida em diversas operações militares, sendo ocupada por Espanha entre 1657 e 1668. Note-se que quase toda a sua população se negou a viver nela nesse período, só regressando em 1668, após o retorno à Soberania Portuguesa.
Em 1709, a Ponte sobre o Guadiana (Ponte da Ajuda) foi parcialmente destruída, em mais um dos conflitos luso-espanhóis que abundam na História. João V visitou a vila ( e muitas das suas talhas douradas a ele se devem), mas a ponte continuou em ruínas. Até hoje.
Tal como Elvas, e como praça fronteiriça, Olivença foi muito beneficiada ao longo da História, o que explica o seu espantoso património monumental.
3) A OCUPAÇÃO
Em 1801, Olivença era, na opinião de um historiador espanhol, talvez com algum exagero, comparável a Badajoz. Aí começou uma nova odisseia. Em 20 de Maio desse ano, entregou-se ao invasor espanhol, na estranhíssima Guerra das Laranjas, feita por Espanha mas manobrada por França. No fundo, esperava-se que tudo voltasse ao normal, passado o "dilúvio" napoleónico. O próprio Tratado de Badajoz desse mesmo ano de 1801 dava Olivença a Espanha, mas subentendia reservas... reservas que foram usadas por Portugal para declarar sem efeito o estipulado quando franceses e espanhóis invadiram Portugal em 1807 (Primeira Invasão Francesa).
Portugal, uma vez decorridas as invasões francesas, procurou recuperar Olivença. A discussão chegou ao Congresso de Viena de Áustria (1815), onde Lisboa conseguiu que as suas alegações fossem consideradas justas. Mas.. sem sucesso, uma vez que a Espanha, apesar de assinar as Actas do Congresso em 1817, opinava não ter de devolver a povoação e o seu termo. Considerava, entre outras coisas, que a presença portuguesa em território espanhol na América do Sul (Uruguay) contrariava essa justa retroceswsão. Portugal negava-se a ligar as duas questões, ou justificava a dita presença como uma forma de pressão para reaver Olivença.
Revoluções várias, na Europa (1820), e independências nas Américas, adiaram ou imposibilitaram novos acordos. Para Portugal, permaneceu o estipulado em 1815, pelo que, até hoje, considera Olivença como portuguesa "de jure", ainda que não "de facto".
E... Olivença enquanto povo e povoado?
Aqui, a História foi madrasta. Uma intensa espanholização se foi verificando, na toponímia, ns referências culturais e históricas, nos registos (deturpação de apelidos, por exemplo). Muitos oliventinos vieram para Elvas, ou outras localidades vizinhas. A população decresceu, e o peso relativo de Olivença diminuiu... não obstante a sua talvez demagógica elevação a cidade em 1853.
Só no século XX a população voltou a crescer. Mas a espanholização continuou, e foram criadas inúmeras dificuldades a movimentos pró-portugueses que teimosamente nela se mantinham. O franquismo significou uma castelhanização ainda maior, enquanto as memórias se esvaíam. A História, escondida ou deliberadamente deturpada, deixou de ser uma Ciência em Olivença.
Duzentos anos de (re)pressão e, segundo Portugal, de desrespeito pelo Direito Internacional.
4) OLIVENÇA, HOJE: O RETRATO POSSÍVEL
Hoje, Olivença tem quase 11 000 habitantes. Uma antiga aldeia sua Táliga, com menos de mil habitantes, transformou-se num município independente. O Português é compreendido e eventualmente falado por, julga-se, 35% da população. É difícil quantificar, pois há muitos de complexos de inferioridade em relação ao seu uso. A sua História não é ensinada, nem consta em livros. Procura-se que o oliventino em nada se distinga de qualquer espanhol/extremenho. Algumas iniciativas locais, mesmo amarárias, não alteraram substancialmente este aspecto.
A sua monumentalidade está, todavia, muito bem cuidada, principalmente desde há trinta anos. Todavia, estão a desaparecer as velhas casas de estilo alentejano, a um ritmo preocupante, até nas próprias aldeias.
Sendo o nível de vida espanhol, é um pouco superior ao português. Todavia, porque está inserida na Extremadura, a região espanhola mais deprimida, tem altos níveis de desemprego. A sua importência relativa, comparada a 1801, é muito inferior. Por outro lado, cai cada vez mais na "órbita" de Badajoz...
Portugueses e espanhóis têm visões diferentes do assunto. Os espanhóis são inocentemente vítimas da inexistência de informação histórica sobre o tema no seu país. Ignoram o problema, mas dizem que Olivença está muito bem tratada e cuidada, insinuando que seria menor e estaria em "mau estado" se fosse portuguesa. Esta opinião, infundada historicamente, encontra eco em Portugal, onde alguns "especialistas", que nunca se debruçaram seriamente sobre o tema, e muito menos procuraram informação histórica consistente, mais do que opinar sobre Olivença, começam a lamentar a situação portuguesa em geral, comparando-a com a situação próspera de outros países. Um raciocínio muito comum em Portugal, que só indica uma profunda vontade de nada fazer, uma descrenç suicidária e, pior, revela que muitos portugueses esperam que terceiros venham resolver os seus problemas, desinteressadamante, talvez. Uma lógica estúpida que pode provocar muitos dissabores.
Alguns portugueses sustentam as razões portuguesas sobre Olivença, ainda que alguna coniderem algo impossível conseguir-se algo. Outros consideram que é possível, e negam-se a aceitar que o tempo legitime seja o que for em Direiro Internacional ( no caso espanhol, acentuam a reivindicação tricentenária de Gibraltar omo prova disso ).
5) CONCLUSÃO (EM BUSCA DE UMA SOLUÇÃO)
A solução para este embróglio poderá estar num acordo para que seja instaurado um regime de transição por um tempo a definir, durante o qual, por exemplo, uma administração luso-espanhola reintroduzisse em Olivença o uso pleno e prático (co-oficial) do Português, bem como o Ensino da História. Poderiam estudar-se benefícios económicos, sendo certo que teriam de ser mantidas todas as regalias actuais dos habitantes de Olivença e Táliga. Após esse período de transição, poder-se-ia estudar uma resolução definitiva, negociada.
Como conclusão, não resisto a lembrar algo irónico e curioso. Na verdade, a construção da Barragem do Alqueva veio tornar praticamente impossível qualquer cedência de Portugal na Questão de Olivença. Na verdade, Portugal dispõe da posse da quase totalidade das águas e das suas margens exactamente porque vários acordos, alguns da década de 1960, subentendem a reivindicação portuguesa sobre a região.
A modernidade vem dar ajuda a uma questão de dois séculos...
Estremoz, 22 de Novembro de 2007,
Carlos Eduardo da Cruz Luna