A "águia real" teve a amabilidade de me deixar um comentário seu em Fantoches psicóticos, a que acrescenta, muito a propósito, um poema de Ana Hatherly. Eu lhe agradeço, e aqui os deixo na porta da entrada, para que os vejam logo ao chegarem.
"Caro Tempo, pois claro que não se pode desistir, nem desapressar o passo... nem baixar os braços, nem assobiar para o lado...
Façamos um voo a rasar a cabeça desses rufias, biquemo-lhes os miolos, a ver se de alguma forma os fazemos olhar para cima, e não de cima, como quem condescende alguma coisa por caridade.
Trago-lhe aqui umas palavras, já antigas, mas sempre modernas... que isto da modernidade é, parece-me, inTemporal... inTemporal mas dentro do seu devido Tempo. Já que o Tempo nos manda aguentar, no tempo, e resistir também... que não se pode desistir nem no tempo, nem do Tempo,"
O que é preciso é...
... arreganhar o dente
O que é preciso é gente,
gente com dente,
gente que tenha dente,
que mostre o dente.
Gente que seja decente,
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente.
Gente com mente,
com sã mente
que sinta que não mente,
que sinta o dente são e a mente.
Gente que enterre o dente,
que fira de unhas e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente.
O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente...
Ana Hatherly(Porto, 1929)
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
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1 comentário:
Vamos a isso! Quem começa, é quem lança o desafio,Águia Real!
Fico à espera...
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