Tenho que fazer sair daqui para fora - para fora e depressa -, estas últimas páginas que escrevi no Tempo. Gostei muito de as escrever. Gostei muito de as pôr aqui. E quase poderia jurar que que foi só para mim que as escrevi; e que foi só para mim que as pus aqui. Para serem mais minhas, mostrando-as a outros em forma de prenda que me dei a mim, lembrando-me dele, e lembrando-o a ele.
Mas tenho que as fazer sair daqui para fora; para fora e depressa. Não que não goste cada vez mais de as ter escrito; não que não goste cada vez mais de as ter posto aqui. O que acontece é que alguns comentários se colaram a elas, perturbando-me a vista. Deve ser dos óculos. E eu não gosto de limpar os óculos.
Por isso tenho que as fazer sair daqui para fora; para fora e depressa.
Raios! Não há por aí uma coisa qualquer a que eu deite mão para as tirar daqui?
Vou confiar nas pontas dos dedos, que nos olhos não, tacteando as estantes, a ver se encontro um livro que me possa valer.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
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8 comentários:
Os óculos, os olhos, os dedos...
Confio em todos eles: se uns me querem enganar, outros tentam corrigir; se uns querem avançar, outros moderam os excessos... Se elas aparece(ra)m, têm uma missão que posso ou não acatar ou repudiar!
"Pelo sonho é que vamos!"...
ABR. GM
Não queira tirar daqui para fora aquilo que lhe anda aí por dentro. São esses interioridades afectivas com olhos de lágrimas que nos fazem visitar e amar o Tempo e o pai dele e o filho dele e todos os herdeiros portadores destes sentimentalismos genéticos,cada vez mais raros e tão necessários.
Bem haja por esse amor que mostrou aqui a nu ,troféu de amor que o seu artista merece.
Fico à espera do terceiro texto.Acho que deve alimentar a vaidade do seu pai.
Parabéns pelo filho. Também!
Fico à espera.
Um Abraço
Caro anónimo:
"Pelo sonho é que vamos", sendo assim merecedores deste milagre que é a vida. E se nos enredarmos nele, e por ele ao chão cairmos, isso é só para nos lembrar, que temos de nos levantar, que temos de o levantar,porque ele é o sal da vida.
Gostei das suas palavras; gostei da sua visita.
:-)
Ibel:
Para onde formos, levamo-nos sempre a nós. Não podemos deitar-nos fora.
Diz que eu sou um dos três, mas chego a pensar que não,tais são as palavras suas. Mas olhe que os outros dois, se cá vierem espreitar, podem bem acreditar naquilo que você diz. São bem meninos para isso.
E são meninos também para combinarem e unir-se, exigindo mais de mim. Mas eu não me temo disso, que os conheço tão bem, e até sei cá umas coisas que os porá em desacordo.
Tudo isto tão somente para lhe dizer obrigado. E não me estrague o rapaz.
:-)
João Manuel Campos:
Escrevo o seu nome inteiro, pois o João e o Manuel também são cá da família, há já várias gerações.
E agora vou ralhar consigo:
- "Como raio é que sabe, que pode haver um terceiro texto? Claro que não está escrito, mas lá que existe, existe. Pelo menos a semente da qual ele há-de nascer. Mas não vai germinar já. Terá de aguardar o bom tempo."
Obrigado pela visita; obrigado pelos seus comentários; muito obrigado pelos "Parabéns pelo filho. Também!"
Um abraço.
Caro amigo,tb, é a primeira vez que "blogo" no TB, mas agrada-me a mística que envolve os textos (apenas dois, os que li, por falta de tempo)(como sabes, ela não nos dá descanso);obrigado pelas palavras amáveis que me dirigiste.
Como dizia Sartre a palavra é uma arma que mata mais que outra arma qualquer porque mata por dentro... Mas também pode agigantar quem se encontra na "lama". Eu aposto mais nesta última utilização. Espero entender melhor os textos para não dar "tiros secos".
ABR MG
Caro anónimo MG:
As palavras são armas poderosas. Não falta, por isso, quem queira apropriar-se delas. A todo o custo. Por qualquer dinheiro. E até confundem palavras com os meios delas.
Mas há sempre alguém que as não põe à venda. E há sempre meios para as fazer chegar a quem as souber procurar. Até ver! Até ver!
Um abraço.
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