Corre por aí um boato dizendo que alguns professores leram os últimos textos publicados aqui, no Tempo e nas Peles. E que os leram todos, isto é, os comentários também - e nestes é que está a coisa. O boato foi despoletado por aquela imagem, tão inocente, do coelho ou coelhinha, com o galo ou a galinha. Vai aí uma grande confusão, a que estou inteiramente alheio, pois, se aqui há inocentes -, e há -, o inocente sou eu.
Eu disse que não era alegoria. Até escrevi um texto, dizendo logo no título que não. Não me serviu de nada. Todos dizem que sim, que é. E que eu não percebo nada, e que já não tenho nada com isso. Que os textos já são deles, e que eu não mando nada. Ora vejam lá só esta coisa!
Há os que choram a desdita de animais tão inocentes terem sido expostos aqui em poses menos que tais; há os que usam sarcasmos, e chamam nomes à coelha, chegando mesmo a dizer que ela não é coelha; há os que se atiram ao galo, afirmando perentórios, que aquilo é galito, embora descolorido, e sem afirmação masculina naquela pose que mostra; há ainda uns mais calados, que vão resmungando baixinho, e vão ensaiando bandeiras de desagravo à coelha, e de honra e glória ao galito.
Houve até um que disse que aquilo era um ajudante, daqueles muito esforçados, procurando procurando calar o tempo, só por que o galo canta as horas. Mas logo outro discordou: que era ajudante, sim, que queria tirar a pele ao galo, só porque ele ensina os pintos.
Vai uma grande confusão, neste reino da tal coisa. E eu já não sei que fazer. Vou ver se arranjo tempo, e monto uma chafarica, com subsídio e tudo, para lhes dar formação, ensinando-lhes aquele respeitinho antigo que se deve aos superiores, que velam por nós e bem.
Toda esta confusão, todas estas discrepâncias, são culpa duns sujeitnhos, uns anónimos, outros quase, que se puseram aqui a inventar em cima da minha inocência branca, despida de alegorias.
Eu que me esforcei tanto, vejam lá no que isto deu.
Ai, valha-me santa maria, assim com letra pequena! Mas mesmo muito pequena!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
18 comentários:
«Inocência branca»???Isso é o que o amigo pensa!
Confusão ou não,não fica por aqui a questão.Ai não,não!
Caro anónimo:
Não se ponha para aí a insinuar nódoa na minha inocência branca. Já agora! Então eu não estou inocente? Todo o mundo sabe que sim.
E fico-me por aqui, não vá o boato crescer.
Ai, não cresce, não!
Nem sonhe!
Caro tempobreve,
Já devia saber por esta altura que ninguém se mete impunemente com o boato. Ele cresce, já cresceu, já deu volta ao mundo e voltou. E tem fraca memória porque quando volta a contar a história, inventa e maltrata os protagonistas....é essim este senhor boato!
Senhora D. Se:
Muito bom dia!
Já viu o nome que foi inventar? Ai,essa preguiça!
Isto do boato, não é culpa minha. E tem razão: olhe lá as histórias que este aqui inventou e inventa a propósito da bicharia.
Mas o boato nem sempre trata tão os protagonistas. Por vezes, até os defende. Podem até servir de propaganda bem organizada por profissionais para bem dos ditos.
De qualquer modo, é preciso estar atento,para não se ser injusto, e para não nos tomarem por tontos.
Obrigado por ter vindo.
Está-me a puvir a voz, Se?
Então, bom dia para si outra vez.
:-)
Aquela fotografia de inocente não teve nada...
Foi postada com a convicção que alguma confusão daria, e na certeza, que todas as histórias escritas e imaginadas em torno da mesma, o Sr. Autor (Sr. Meu Pai) sempre podia escapar...
Manhoso.... mas um manhoso inteligente e alegre...
Beijos
João:
Já não bastam todos os outros que acham que a fotografia não é inocente, insinuando que eu queria dizer outras coisas?
Olha lá, se eu queria!
E claro, não tenho nada a ver com histórias que, e muito bem, vêem outras personagens nestes animais.
Pois se vêem outras, outras serão certamente.
:-)
Em que é que ficamos?!
De inocência não se trata,de despudor também não,como resolver então?
De inocência se trata, tratando-se da minha pessoa; mas quanto mais juro a verdade, mais ela se torna mentira; que quem mais jura mais mente - é assim que diz o povo.
Ora, não sendo inocência, também não é despudor. Lá nisso dou-lhe razão.
Como resolver, então? Aí está uma boa pergunta. Terão de ser os leitores a resolver a questão: ou se esquecendo do caso, deixando que eu faça de conta que o assunto morreu; ou resolvendo eles mesmos o enigma da interpretação; ou, mas só mesmo em último caso, lá terei que ser eu a desfazer a meada da teia em que me enredei.
Ai, estes anónimos, tão exigentes, e que não perdoam nada!
:-)
Caro TempoBreve,
Muito boa tarde, para si e para os leitores assíduos do blog.
Ora cada um fala por si, mas eu pessoalmente confesso que estou mais interessada na 3ª hipótese que sugeriu.
Quanto à 1ª, esquecer o sucedido, bem espero que ainda não, então o próprio filho já veio, nao em defesa do Sr. Próprio Pai, mas sim lançar mais "axas" para a fogueira.
Relativamente à 2ª hipótese, bem acho que já ficou esclarecido que somos uns alunos com imaginação muito fértil, e que cada um advinhará o seu próprio caminho. Por isso, eu voto na 3ª alternativa. Ser você, Sr. TempoBreve a alucidar-nos com o real propósito da colocação da dita fotografia....
Despeço-me na esperança de que este meu pedido receba a sua melhor atenção....
S.
Cara Senhora Dona S.:
Isso é lá coisa que se peça? Eu posso lá dizer tal?
Há porém uma certeza: tenho que me livrar desta história.
:-)
Nem pense em tal!Livrar-se,assim,à francesa?!A questão continua a dar que dizer,a dar que falar.
Como se irá resolver?Vamos buscar a coelhA?Ou a galinhA?
Eu acho mesmo que a sua inocência é branca como as barbas do tempo...É por isso que lhe peço que prove aos cépticos que quem voga sobre água azul não pode, de forma alguma, ter maliciosas intenções, numa fotografia que não suscita nenhum pensamento despudoroso.
Admira-me que " a cria " não conheça bem o pai...
O tempo aparou as barbas por via das dúvidas e as ditas ainda não passaram da Primavera do Outono.O cepticismo não quer acreditar na inocência do tempo.A dona malícia/inocência acordou há muito, no passo deste tempo, que insiste em ser breve,mas que acaba
por parar por força dos temporais.Ai valha-me o Tempo!Ai valha-nos a história!
Caros anónimos:
Falo para os dois, mas desde já juro não estar a insinuar que vocês os dois sejam dois em um.
O que é isso de me chamarem perito na arte da fuga? E que é isso de me vestirem de barbas de maliciosa inocência? E que é isso de irem aos mares buscar temporais para me retardar?
Eu aprecio "A Arte da Fuga", mas não sou fujão; a minha inocência é proverbial, mas, às vezes, tenho que pôr as barbas de molho, por causa da malícia que inventam em mim; os temporais do mar entram-me na alma, assim como a acalmia que eles depois trazem.
Estes anónimos, teimosos que são! Tenho que livrar-me deles, e da sua pressão.
Neste brevidade que me envolve, não posso, agora, dar-lhes a história que, provocatórios, merecem e querem.
Mas eu já lhes digo: vou engendrar, com muita atenção, uma infalível manobra de diversão.
Nem vão dar por ela! Eles já vão ver!
Ibel:
Ainda bem que você acredita na minha inocência, bem comprovada na coelha branca e no galo em poses de; poses essas que, como diz, e bem, não suscitam nada. Mas as más línguas cépticas não se conformam; não acreditam; só vêem naquilo o que querem ver, e que é o que lá está.
Até a cria se põe contra mim. E é sempre assim. Em vez de se pôr do lado de cá, põe-se sistematicamente do lado de lá. E, depois, ainda se ri da habilidade.
Eu acho que você também se está a rir agora. Ai, o diabo!
Não me diga que também está com os do lado de lá e, porque me sabe inocente, esteve a gozar comigo.
Ai, ai, ai,ai, ai ,ai!
«Estamos» pra ver.Vá,mas não escorregue com a pressa.Tenha calma,não vá os bichinhos tecê-las!
Olhe que eles também são tramados!
Caro anónimo:
Já deve ter reparado que abrandei a marcha, por causa das cautelas. E, quanto aos bichinhos, tem toda a razão: são mesmo tramados. Eu conheço um que...
Obrigado pelos cuidados. E pelo aviso.
:-)
Enviar um comentário