Apeteceu-me ontem voltar aqui para dar notícia do meu contentamento. Não o fiz, porém, por desnecessário, e para apreciar melhor, e em mais recato, aquele momento, sem deixar de seguir atento os comentários diversos, principalmente aqueles que apontavam e apontam decididamente para o futuro próximo.
Hoje, obrigações cumpridas, e no intervalo delas, deixei-me andar por aí, muito simpático para todos, o que é coisa rara. E só agora é que cheguei aqui ao tempo. Foi quase por acaso, que não queria escrever nada por ora. Aberta a página, pus-me a ler o texto que escrevi na sexta-feira. Bem podia escrevê-lo hoje, como verificação dum facto, mudam-lhe apenas os tempos verbais. Mas gostei bem mais de o ter escrito antes, como expressão dum desejo que se concretizou.
É assim, meus amigos: voltamos à política, com os partidos, e para além dos partidos, já que, nestas eleições, se ultrapassou, e muito, o conceito de igreja e de seguidores amorfos de dogmas instituídos; a esperança latente acordou renascida, com emoção, mas fruto de uma racionalidade persistente e corajosa, da parte de muitos, que acabou por influenciar muitos mais.
Deixemo-nos, porém, de ilusões fáceis. A luta está aí à nossa frente. E não podemos perder muito tempo com a ideia preguiçoso que agora é fácil. Não é. Vai ser difícil. Mas lá que está provado que o rei vai nu, lá isso está, para desgosto embora de muita da comunicação social concertada.
Renasceu a esperança; voltámos à política com mais consistência; o governo Sócrates e todos os seus duplos foram derrotados; mas a vitória só será confirmada se persistirmos unidos, e se, na nossa diversidade, resistirmos unidos no essencial; e o essencial é contribuir para uma alternativa governativa mais higiénica, sem nos assustarmos com o fantasma com que já acenam, e que é o fantasma da ingovernabilidade. Não há que temer.
E por falar nisto, seria interessante conhecer-se o contributo generoso que os professores deram para este desenlace das eleições europeias. Na minha opinião foi grande. Tudo, ou quase tudo, neles começou.
Até logo, sim?
segunda-feira, 8 de junho de 2009
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Um desejo apenas: não vote PS
Há acontecimentos raros que nos surpreendem e se tornam bálsamos. E quanto maior a surpresa e mais caro o bálsamo, maior a singularidade de os vislumbrar com antecipação. Mas eles acontecem. Como eu gostaria de assistir no próximo domingo a um desses aconteceres raros. É só um desejo, um desejo apenas, mas pode ser que sim; pode acontecer.
Chegamos a um ponto em que todo e qualquer preconceito na hora do voto deve ser superado em nome da possibilidade de uma ruptura que devolva ao país uns resquícios de esperança; que permita ao país vir a ter, mais cedo que tarde, uma solução governativa que, mesmo que não a ideal, seja ao menos dotada de alguma higiene mental; que permita ao país vir a ter um Parlamento onde essa higiene mental, que já nele existe em vários sectores, seja reforçada; que permita ao país libertar-se, pelo menos em parte, dos habilidosos ignaros que, truque após truque, jogando com legalidades manhosas, assassinam valores, hipotecando o país e as gerações futuras, com uma incompetência e uma estupidez tais que eles disfarçam de esperteza saloia.
Afinal, meus caros amigos, há tantas alternativas de voto. E se nenhuma dessas alternativas lhe suscita paixão, que lhe suscite ao menos um pragmatismo útil. Vençam preconceitos: votem no Bloco de Esquerda, votem no PSD, votem no CDS, votem na CDU, votem num partido ou num movimento pequeno (mas só se esse voto for um voto retirado ao PS de Sócrates).
Uma palavra específica para os eleitores do PS que não merecem andar de cabeça baixa só porque votaram no Sócrates, e são pessoas honestas, que não se venderam por benesses imerecidas, nem fizeram carreira à custa do partido, e só do partido: votem, desta vez, num outro partido qualquer; essa é a melhor forma de ajudarem a devolver, se isso ainda for possível, a dignidade ao vosso partido.
Há acontecimentos raros que nos surpreendem e se tornam bálsamos. Como eu desejaria que isso acontecesse no próximo domingo. É só um desejo, um desejo apenas, mas pode acontecer. Esse é o meu desejo. E como eu gostaria que também fosse o seu!
Chegamos a um ponto em que todo e qualquer preconceito na hora do voto deve ser superado em nome da possibilidade de uma ruptura que devolva ao país uns resquícios de esperança; que permita ao país vir a ter, mais cedo que tarde, uma solução governativa que, mesmo que não a ideal, seja ao menos dotada de alguma higiene mental; que permita ao país vir a ter um Parlamento onde essa higiene mental, que já nele existe em vários sectores, seja reforçada; que permita ao país libertar-se, pelo menos em parte, dos habilidosos ignaros que, truque após truque, jogando com legalidades manhosas, assassinam valores, hipotecando o país e as gerações futuras, com uma incompetência e uma estupidez tais que eles disfarçam de esperteza saloia.
Afinal, meus caros amigos, há tantas alternativas de voto. E se nenhuma dessas alternativas lhe suscita paixão, que lhe suscite ao menos um pragmatismo útil. Vençam preconceitos: votem no Bloco de Esquerda, votem no PSD, votem no CDS, votem na CDU, votem num partido ou num movimento pequeno (mas só se esse voto for um voto retirado ao PS de Sócrates).
Uma palavra específica para os eleitores do PS que não merecem andar de cabeça baixa só porque votaram no Sócrates, e são pessoas honestas, que não se venderam por benesses imerecidas, nem fizeram carreira à custa do partido, e só do partido: votem, desta vez, num outro partido qualquer; essa é a melhor forma de ajudarem a devolver, se isso ainda for possível, a dignidade ao vosso partido.
Há acontecimentos raros que nos surpreendem e se tornam bálsamos. Como eu desejaria que isso acontecesse no próximo domingo. É só um desejo, um desejo apenas, mas pode acontecer. Esse é o meu desejo. E como eu gostaria que também fosse o seu!
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